Reunião pode encerrar polêmica sobre troca
Uma reunião entre o secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César Sobrinho, e o procurador-geral Olympio de Sá Sotto Maior, pode encerrar a polêmica sobre a possível troca de policiais que hoje atuam nas coordenações do Gaeco em todo o Paraná. O Ministério Público (MP) é contra qualquer substituição, alegando que a mudança prejudicará as investigações em curso.
Mentores da quadrilha são presos no Noroeste do PR
Maringá - As seis pessoas presas na Região Noroeste do Paraná durante a Operação Trinca Ferro são apontadas pelo Gaeco como os principais mentores do esquema que desviava cargas. De acordo com o delegado do Gaeco em Maringá, Eumano Rodrigues Ciriaco, quatro dos detidos seriam chefes da quadrilha.
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Um esquema de desvio de carga que causou um prejuízo de R$ 2 milhões a empresas de transporte em sete estados foi desarticulada ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em mais uma ação conjunta do Ministério Público do Paraná com apoio das Polícias Militar e Civil. Segundo as investigações, a base da quadrilha era a Região Noroeste do estado. O golpe tinha apoio de policiais e servidores cedidos às delegacias de Pitanga e Cândido de Abreu (Região Central do estado) e consistia na falsa comunicação de roubos. Cabia aos policiais confeccionar falsos boletins de ocorrência, mediante o recebimento de propina, para caminhoneiros apresentarem às transportadoras. Depois, os agentes públicos apagavam a denúncia do sistema, impedindo a abertura de inquérito policial.
Nove suspeitos foram presos na operação, batizada de Trinca Ferro, nome de um pássaro que faz referência ao produto da primeira carga desviada descoberta pela polícia. Entre os detidos, estão o policial civil Ademir Muniz da Silveira, superintendente da Delegacia de Pitanga, e os servidores Sidnei Adão Jarenco e Clades Martinato Santos, que, segundo o Gaeco, exerciam as funções de investigador e escrivão de polícia na delegacia de Cândido de Abreu.
Outras quatro pessoas, acusadas de liderar a organização criminosa, foram detidas em Paranavaí e Maringá. Segundo o Gaeco, eram elas as responsáveis por aliciar motoristas de caminhão dispostos a desviar as cargas que iriam transportar e encontrar receptadores para os produtos do roubo. "Todos os principais envolvidos no esquema foram presos", afirma o coordenador do Gaeco de Guarapuava, o promotor de Justiça Cláudio Cortesia. Segundo ele, os policiais envolvidos recebiam R$ 4 mil por boletim de ocorrência.
Suspeita
As investigações começaram em 2007, em Guarapuava (Região Central). Entre abril daquele ano e setembro do ano passado foram registrados 18 boletins de ocorrência sobre assaltos suspeitos de fraude. O conteúdo das cargas desviadas com a ajuda dos caminhoneiros era variado: ferro, fertilizantes, açúcar, semente, tecidos, cosméticos e até tratores.
Além das prisões, o Gaeco cumpriu 34 mandados de busca e apreensão em 21 cidades de sete estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Paraná). O objetivo foi apreender documentos, celulares, computadores e armas que pudessem ter ligações com os crimes. O Gaeco não conseguiu atingir os receptadores das cargas desviadas, mas Cortesia informou que o grupo continua investigando para encontrar quem revendia esses produtos.
Para conseguir encobrir os furtos e não levantar suspeitas nas transportadoras, os caminhoneiros registravam os boletins de ocorrência somente nas delegacias de Pitanga ou de Cândido de Abreu, onde os funcionários já estariam orientados a receber as denúncias.
Segundo o coordenador estadual do Gaeco, o procurador Leonir Batisti, esses servidores modificavam as informações dos boletins no banco de dados da polícia. "Faziam alterações no sistema para que os BOs não aparecessem. As investigações não tinham continuidade", explica.
A operação contou com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil e das agências locais de inteligência dos Batalhões da Polícia Militar de Guarapuava, Ponta Grossa e Maringá. Os nove detidos na Trinca Ferro são acusados de formação de quadrilha em crime organizado; corrupção passiva qualificada; corrupção ativa qualificada; furto qualificado; falsificação de documento público; inserção de dados falsos no sistema de informação da polícia; e lavagem de dinheiro.
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