O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniram ontem em Florianópolis para definir como será a transferência de presos que comandam ações criminosas como os ataques que atingem o estado de Santa Catarina há 15 dias de dentro do sistema prisional para unidades de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Os presídios federais estão localizados em municípios do Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Paraná, Brasília e Rondônia.
Por uma questão de segurança, o governo do estado não irá divulgar quando deverá ocorrer a transferência e nem o número de detentos que devem ser levados para unidades federais. "O sigilo é fundamental e estratégico para o sucesso desse tipo de operação", destacou Raimundo Colombo. As autoridades não descartam também a possibilidade da presença da Força Nacional de Segurança em Santa Catarina.
Greve
No fogo cruzado entre os ataques criminosos das últimas semanas e a reação policial, motoristas e cobradores de ônibus da Grande Florianópolis decidem hoje se entram em greve. "Todo esse tempo já passou e as autoridades mostraram seu atestado de incompetência em relação à segurança dos catarinenses", diz a convocatória feita pelo Sintraturb, sindicato da categoria. Os ônibus têm sido o alvo mais comum da onda de ataques, com 37 dos 97 casos registrados em 15 dias no estado. Na capital, escoltas e horários restringidos não impediram que um ônibus de transporte urbano fosse incendiado na segunda-feira. O motorista e o cobrador foram expulsos a golpes de cabo de facão. Ontem, um ônibus de turismo foi parcialmente incendiado em Florianópolis. Em Palhoça, região metropolitana, um jovem de 17 anos foi detido ao tentar incendiar um carro. Trinta municípios do estado já sofreram ataques.
Com mais uma ocorrência, Florianópolis iguala-se a Joinville em número de ataques (15), que tiveram início no dia 30 de janeiro. Itajaí (com oito), Tubarão (sete) e Criciúma (seis) estão entre as cidades com a maior frequência de atentados.