O governo do Paraná investiu R$ 498 mil para implantar um método para lá de curioso na reciclagem de condutores infratores. Agora, esses motoristas terão à disposição as famosas revistas Coquetel. Os passatempos e cruzadinhas foram produzidos de acordo com cada módulo do curso de reciclagem: legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros socorros e relacionamento interpessoal.

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Ao todo, foram adquiridos 400 mil exemplares. Metade foi distribuída aos Ciretrans. A outra metade começou a ser repassada em maio aos Centros de Formação de Condutores (CFCs) habilitados para aplicar o curso. Segundo o Detran, o custo de cada revista (R$ 1,24) engloba a criação e a impressão do material.

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A Auto Escola Curitiba recebeu o novo material de apoio e pretende colocá-lo em uso o mais breve possível. Mas a instrutora Jussara Machado já o avalia como positivo. “Isso é mais opção para utilizarmos ao final da aula. Ajuda a descontrair os condutores, que acabam aprendendo brincando”, analisou.

Sem especificar o custo da ação, o Detran havia divulgado texto à imprensa ressaltando o projeto. No material, o diretor-geral do órgão, Marcos Traad, avaliou o material. “A revista é uma forma de romper com abordagem pedagógica tradicional e usar a criatividade para que o curso não se torne monótono e cansativo”. Havia também análises positivas por alunos e instrutores.

A Ediouro, responsável pela septuagenária Coquetel, produziu as revistas a partir de encontros com técnicos do Detran. Além dos passatempos temáticos, a revista traz uma avaliação que é respondida pelo aluno, destacada e entregue ao final do curso. Segundo o Detran, a ideia é padronizar as avaliações nas 46 cidades paranaenses em que há reciclagem para infratores.

Em Colombo, compra foi alvo de inquérito

A aquisição de revistas temáticas Coquetel pelo município de Colombo foi alvo de um inquérito civil pelo promotor Paulo Conforto. A compra também foi realizada sem licitação – como também foi feito no caso do Detran. A investigação aberta em fevereiro de 2015 ainda não foi concluída, mas deve ser arquivada. Para Conforto, as suspeitas de superfaturamento foram rechaçadas. “Encontramos outra empresa que produziu revistas temáticas, mas o formato e a qualidade eram completamente diferentes”, afirma.

As revistas compradas pelo município de Colombo tiveram como temas a educação aplicada no ensino regular e também leis de trânsito. O preço médio foi de cerca de R$ 30, mas lá algumas das revistas mais se pareciam livros. (RM)