Dilma
A presidente Dilma Rousseff pediu à Polícia Federal que entre na investigação do acidente. Dilma ouviu na manhã de ontem, no Palácio do Alvorada, um relato da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que é de Santa Catarina. Dilma mostrou preocupação com o caso e com a extensão dos danos provocados pela explosão e sugeriu a ação da PF. Dilma ligou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e pediu a abertura da investigação.
Bombeiro internado
Na madrugada de quarta-feira, o bombeiro David Marcelino, de 59 anos, foi internado em estado grave no Hospital Regional de Joinville. Ele chegou às 4 h, em coma induzido, com um quadro de intoxicação exógena. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, durante o dia apresentou melhora, mas respira por aparelhos. Não há previsão de alta e o bombeiro deve ficar mais alguns dias internado.
Dois em cada dez moradores de São Francisco do Sul (SC) não resistiram à fumaça tóxica expelida pelo incêndio num depósito de fertilizantes da empresa Global Logística, em um terminal marítimo às margens da BR-h280. Pelas contas da prefeitura, 20% dos 46.800 habitantes fugiram da cidade desde a explosão que deu início ao incêndio, na madrugada de terça-feira. A evasão em massa deixou a cidade às moscas. Há dois dias todo o comércio está fechado. Só o transporte coletivo está funcionando, para atender aos casos de emergência e os poucos bairros nãos atingidos pela fumaça.
SC: Veja o vídeo do combate ao incêndio em São Francisco do Sul
No desespero, famílias trancaram as casas e saíram às pressas deixando os animais de estimação para trás. Ontem, membros da Associação dos Amigos dos Animais de São Francisco percorriam os bairros mais afetados pela fumaça recolhendo os animais que haviam sido abandonados na fuga. A voluntária Ana Luiza Rodrigues conseguiu alojar cavalos, cabras, galinhas e 40 cachorros na casa de uma solidária catadora de material reciclável, no bairro Paulas. Ela reclama que o órgão da prefeitura responsável pelo abrigo e castração de animais domésticos não agiu para atender os bichos abandonados pelos donos.
Cachorros perambulando por ruas vazias é uma cena recorrente em muitos bairros de São Francisco do Sul. O prefeito Luiz Roberto de Oliveira pediu às quase 10 mil pessoas que abandonaram a cidade que não retornem antes de os bombeiros debelarem a reação química que continua a produzir a fumaça tóxica. E procurou tranquilizá-las quanto à inviolabilidade de suas residências, pedindo um voto de confiança ao trabalho da Polícia Militar. Apesar do apelo do prefeito e do desconforto causado pela fumaça, muitos insistem em permanecer em casa, com receio de saques.
A fumaça causada pelo incêndio do fertilizante à base de amônia é considerada de perigo moderado, mas ainda gera muita dúvida entre as pessoas. Segundo a Secretaria de Saúde, 60 pessoas buscaram atendimento médico com tosse, pele avermelhada, olhos lacrimejantes e doloridos. Ontem, 254 pessoas continuavam abrigadas em dois locais improvisados pela prefeitura. Os moradores que saíram da cidade encontraram refúgio em casa de amigos e parentes ou buscaram outro meio qualquer para escapar dos efeitos da fumaça.
O prefeito não sabe avaliar o montante do prejuízo para a cidade, cujas atividades comerciais estão totalmente paralisadas há dois dias. "Não posso parar para calcular nesse momento", disse. Toda a atenção está voltada para a origem do problema. A fumaça tóxica continua a verter em grande quantidade do depósito da Global Logística, apesar de ter perdido intensidade com as últimas intervenções da força-tarefa formada pelo Exército, Polícia Militar, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.
PerspectivaForça-tarefa espera debelar incêndio químico entre hoje e amanhã
A força-tarefa formada por Exército, PM, Defesa Civil e Bombeiros espera debelar entre hoje e amanhã a reação química que alimenta o incêndio sem chamas que desde terça-feira consome as 10 mil toneladas de fertilizantes no depósito da Global Logística, em São Francisco do Sul (SC). Por ser um incêndio químico, não dá para visualizar a chama. Assim, a boa expectativa da força-tarefa se deve à câmera térmica usada para localizar as fontes de calor e assim direcionar os jatos de água. Desde a explosão que deu início ao incêndio, o Corpo de Bombeiros já usou mais de 200 mil litros de água. Uma barreira de contenção foi criada para depositar essa água que teve contato com o produto responsável pelo incêndio, de modo a preservar o meio ambiente. Ontem foi retomada a retirada da carga do interior do depósito, que havia sido suspensa por precaução. O material é oxidante e gera muito oxigênio, aumentando o risco de explosão em caso de faíscas. "Não é uma ação de velocidade", disse o comandante do Corpo de Bombeiros, Marcos de Oliveira. Segundo ele, uma imagem aérea de ontem em dois momentos mostra uma evolução no combate ao incêndio. Às 6h30 a fumaça ainda estava densa e amarela, às 15 horas já estava mais esparsa e de coloração cinza claro. A força-tarefa acha pouco provável que a fumaça chegue ao litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, como se cogitou.
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