A estudante de Medicina da UFPR, Luiza Garcia Rafagnin, 21 anos, não consegue explicar direito por que está trabalhando num mês de férias na faculdade. Mas o resultado de seu trabalho, ela conhece bem. "É importante porque os agentes jovens atuam como multiplicadores, vão repassar esse conhecimento para a comunidade. E todos mostraram interesse, apesar de terem ficado um pouco tímidos no começo." Do que ela está falando? De orientação sexual. Luiza ministra palestras sobre sexualidade para adolescentes do programa Agente Jovem de Cerro Azul. Nesses encontros, ela trabalha informações sobre o corpo, sexo, DST e gravidez. Ajuda a evitar que a moçada da cidade tenha problemas nesse setor.

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Nas folgas do seu grupo (tudo no Rondon é dividido em grupos, equipes, planos, ações e objetivos, dentro do estilo "militar" que deu origem ao projeto), ela auxilia o pessoal da Educação Física, que desenvolve ações relacionadas ao esporte. Incentiva crianças, que até pouco se escondiam atrás das professoras, a tentar mais uma manobra de circo entre as cordas.

Luiza também dá uma escapadinha para ver como a outra turma de Medicina da Federal está desenvolvendo as atividades com os agentes comunitários da prefeitura. "O pessoal de Cerro Azul nos recebeu com grande carinho. Na rádio, tivemos espaço para chamar os moradores, explicar as atividades e contar onde as coisas iriam acontecer."

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No tempo que resta, a estudante já fez uma imersão pela área urbana de Cerro Azul. Com desenvoltura, ela guia a reportagem da Gazeta do Povo, indo do centro de saúde à escola, da escola até a pousada e aí por diante. No melhor estilo rondonista, Luiza – além de suas próprias atividade – preocupa-se com todo o conjunto da obra do Projeto Rondon. Sabe o que cada companheiro faz, por que e em que local. Na próxima quarta-feira, Luiza volta para Curitiba. Mas Cerro Azul não deve demorar para vê-la de novo. "Quero voltar para saber como estão as pessoas."