Seis de janeiro é uma data de tarefa dupla para quem segue tradições católicas: é dia de desmontar a árvore de Natal e de comemorar visita dos reis magos à manjedoura de Cristo, o Dia de Reis. Em Curitiba, esses festejos também encontram adeptos entre filhos, netos e bisnetos de quem veio do Velho Continente.
É o caso da servidora pública Maria del Carmen Pastor, 52 anos. Descendente de espanhóis, ela e os familiares deixam, inclusive, a troca de presentes do Natal para acontecer no dia 6. Isso porque a tradição conta que Melchior, Baltazar e Gaspar percorreram um longo caminho até chegar ao estábulo onde Jesus estava com Maria e José. Uma estrela teria guiado os três até Belém. Cada um teria partido de um uma região diferente - Ásia, África e Europa -, e levado consigo incenso, ouro e mirra, um óleo extraído de uma planta e usado para medicamentos, para presentear Cristo.
E enquanto amigos e conhecidos corriam agitados com as compras que antecederam a noite de 24 de dezembro, na casa de Maria del Carmen apenas uma ceia celebrava o verdadeiro significado da data.
“Entregamos os presentes no dia que os reis magos entregaram para Jesus. Tem um sentido mais forte, ainda mais porque a correria de fim de ano já passou”, define ela, ao pontuar que a prática também já faz parte da identidade de sua família. “Gostamos muito dessa cultura. É algo dos meus avós, que vieram da Espanha com muita dificuldade”, diz.
Para reverenciar essa atuação dos reis, a família de Maria del Carmen prepara para eles, já na noite do dia 5 de janeiro, uma pequena refeição. Na sacada, são colocados um prato com bolo, leite e um copo de conhaque – costume espanhol, devido às temperaturas mais baixas naquela região. “É como se os reis magos passassem ali no caminho e se alimentassem. Deixamos até umas migalhas de pão no local, depois, para simbolizar isso”, explica Maria.
Na ceia do dia 6, há mais mimos e a reunião de toda a família. Os presentes a serem trocados são colocados próximo ao presépio, como se tivessem sido levados pelos próprios reis magos.
Também são feitos práticos típicos da Espanha e uma rosca especial para os reis – o Roscon de Reyes. Dentro do bolo, são colocados uma semente de feijão de fava e um pequeno rei, embalados com papel alumínio. Quem tirar o pedaço com o rei, terá sorte o ano inteiro. Já quem pegar a semente, deve pagar a rosca.
Comemorações particulares
Os festejos do Dia de Reis não são exclusivos da Espanha. No México, por exemplo, o que marca a data são os balões no céu. Tão importante quanto o Natal, os mexicanos se reúnem em várias cidades para soltar balões. Na Colômbia o dia é de feriado nacional e significa o final da temporada de descanso de fim de ano. Também é comum neste país dar presentes às crianças, imitando o gesto dos Reis Magos.
No Brasil os festejos são mais comuns, principalmente no interior. De acordo com o Iphan, o festejo chegou ao país por volta do século XVIII. Na cultura do nosso país, as comemorações de Natal eram feitas por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos Santos Reis e ao nascimento de Jesus. Esta tradição ganhou visibilidade, especialmente no século XIX, e se mantém viva e atuante em grande parte do país, notadamente em Minas Gerais e Goiás.
Segundo a tradição, 6 de janeiro também é dia de desmontar a árvore de Natal e retirar toda a decoração das festas, inclusive o presépio.
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