Amanhã, dia de Finados, a maioria das cem mil pessoas esperadas nos quatro cemitérios municipais de Curitiba deve homenagear parentes e amigos, mas o feriado também atrai uma movimentação diferente: a procura por túmulos de personalidades. O mais popular é o de Maria Bueno, a lavadeira que, segundo se diz, tem poderes milagrosos e cuja sepultura, no Cemitério São Francisco de Paula (Cemitério Municipal), atrai visitas não apenas no dia dedicado aos mortos. "Muita gente vai ao túmulo dela, seja qual for a época", afirma o chefe de divisão dos cemitérios da prefeitura, Mário Luís de Passos.
Na capela da santa canonizada pelos curitibanos, a dona de casa Adelaide Azevedo, 86 anos, se dedica a um cuidado especial. É ela quem arrruma as flores, limpa e cuida do local há 23 anos, quando ficou viúva de Arnaldo Azevedo, o ex-campeão sul-americano de tênis que criou a Irmandade Maria Bueno e construiu a capela inaugurada em 1962. "Eu prometi a ele que não iria abandonar a capela e vou cuidar dela enquanto tiver vida", afirma. Adelaide conta que as graças recebidas pelas pessoas são incontáveis e a maioria dos pedidos são para conseguir emprego, cura de doenças e uma vaga na universidade. A última graça recebida por ela veio no início deste ano. "Fui atropelada quando saía do cemitério e os médicos queriam amputar minha perna. Cheguei até a mesa de cirurgia, mas eu rezei tanto para Maria Bueno que não precisei operar", recorda.
Por ser o mais antigo da cidade, o Cemitério Municipal também é conhecido por abrigar túmulos de outras personalidades. Atualmente, um dos mais visitados, segundo o administrador do cemitério, Mizael Ribeiro Bicalho, tem sido o da poeta Helena Kolody, morta em 14 de fevereiro de 2004. "Acho que é porque a sua morte ainda é muito recente", explica. Segundo Bicalho, estudantes acabam fazendo da visita ao cemitério uma aula de história, quando conhecem o jazigo de Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Cerro Azul. No Cemitério Municipal ainda é possível encontrar os túmulos dos ex-governadores Ney Braga, Moisés Lupion, Affonso Camargo e Parigot de Souza.
No cemitério do Água Verde, que abriga o maior número de sepultados da cidade atualmente são 87.761 , o túmulo da personalidade mais visitado, segundo o administrador do cemitério, Antônio Pacheco dos Santos, é o da massagista Maria Trevisan Tortatto, mais conhecida como Maria Polenta. A população atribui a ela poderes milagrosos. Destacam-se também os jazigos do artista plástico Poty Lazarotto, sepultado no lado direito do cemitério, logo na entrada, e do poeta curitibano Paulo Leminski, que fica mais à frente, na quadra 81. "Estes são bem procurados para pesquisas escolares", completa Pacheco.
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