Professores promovem na tarde desta terça-feira (15) uma série de manifestações na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, para marcar a data em que se comemora o Dia do Professor. Um dos atos é organizado pelos docentes da rede pública municipal da capital paranaense. O outro, no mesmo local, é organizado pelo grupo Anonymous, em apoio outros protestos da categoria que ocorrem em todo o país. Ambos os grupos se reúnem a partir das 18 horas. Além disso, em todo o Brasil, ocorrem atos de professores ao longo do dia, com reivindicações de melhoras na educação do país.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), Rafael Alencar Furtado, diz que a principal reivindicação do grupo é pelo gasto de 30% do orçamento da capital em educação. Segundo ele, a prefeitura quer investir 26,5%. "Esse valor não é nem proporcional ao que Gustavo Fruet estava prometendo na campanha eleitoral."
Furtado citou que o ato ocorre também para alertar a prefeitura sobre a necessidade de contratação de novos professores. Atualmente, 11 mil docentes fazem parte do quadro municipal. Segundo ele, seriam necessários pelo menos mais 600 para atender a demanda atual do município. "Recentemente, a prefeitura fez a contratação de 41 professores, mas não é suficiente."
O ato do Sismmac também apoia a mobilização do grupo Anonymous, por isso ocorre na mesma data e local. As manifestações, no entanto, são organizadas separadamente. O Anonymous chama as pessoas para o ato em apoio a professores em greve no Rio de Janeiro. Além disso, o evento no Facebook aponta para o gasto excessivo com obras da Copa do Mundo quando a educação do estado "se encontra em um verdadeiro caos."
A manifestação do Sismmac tinha, até as 9h30, 131 pessoas confirmadas pela rede social. Já o Anonymous contava com 559 confirmações em sua página.
Prefeitura rebate
A Prefeitura de Curitiba, via assessoria de imprensa, informou que não pode se pronunciar sobre a manifestação antes de ela ocorrer, mas que o sindicato tem legitimidade para promover o protesto. O órgão informou que os 30% do orçamento para a educação serão sim atingidos, mas ao longo da gestão de Gustavo Fruet (PDT), assim como foi amplamente difundido durante o período eleitoral.
Dia do Professor terá protesto em ao menos 15 cidades brasileiras
Ao longo do dia, estão marcados protestos em ao menos 15 cidades brasileiras para marcar do Dia do Professor. Organizados pelas redes sociais, os atos pela educação têm diferentes pautas, mas todos citam a necessidade de melhorias no ensino público e o apoio aos professores do Rio, que estão em greve desde o dia 8 de agosto.
Mais de cem mil pessoas confirmaram pela internet a presença nas ruas do Rio, Macaé, São Paulo, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte Juiz de Fora, Curitiba, Londrina, Cascavel, Salvador, Recife, Fortaleza, João Pessoa e São Luís.
Na capital fluminense, a manifestação intitulada "Um milhão pela Educação" tinha mais de 89 mil pessoas confirmadas no Facebook. O ato, organizado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe), está marcado para às 17 horas na Candelária, centro da cidade.
Equipes do Ministério Público Estadual irão acompanhar o ato e registrar o comportamento de manifestantes e policiais militares. Segundo a Polícia Militar, o policiamento será reforçado na região.
Em São Paulo, a manifestação está marcada para às 18 horas, no Largo da Batata, zona oeste da cidade. Entre as pautas do protesto estão o reajuste salarial para os professores da rede estadual e eleições diretas para a escolha do reitor da Universidade de São Paulo.
Os alunos da USP pretendem caminhar até o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona sul da cidade, onde esperam ser recebidos pelo governador Geraldo Alckmin para debater as reivindicações do movimento. A Reitoria está ocupada desde 1.º de outubro. Na Unicamp, que também pretende participar do encontro, a ocupação teve início no dia 3.
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