Representantes de movimentos pró-vida de países da América Latina vão celebrar neste sábado (8), pela primeira vez fora da Argentina, o Dia Internacional de Ação de Graças Pelas Duas Vidas. O objetivo da iniciativa é mostrar que o aborto não só elimina uma vida, mas prejudica a vida da gestante, que sofre sérios efeitos colaterais físicos e morais.
O ato central iniciará às 14 horas (horário de Brasília), pela internet e também nas ruas dos países onde são permitidas manifestações. De acordo com a coordenadora do movimento brasileiro em Defesa da Vida e da Família, Zezé Luz, essa será a grande chance de a sociedade ser a voz em defesa das duas vidas afetadas pelo aborto, a do nascituro e a da mãe.
Para a cantora católica, a data é uma proposta positiva para a celebração da vida humana. “A campanha vai calar os grupos ávidos que pedem a legalização do aborto, porque eles falam de forma errônea que o movimento pró-vida se preocupava apenas pela vida do bebê e não com a vida da mulher", explica Zezé.
"Já fazíamos isso, mas agora vamos expressar que defendemos as duas vidas. Essa onda está tomando conta de toda a América Latina e no Caribe. Assim como tem o dia que elas dizem [as feministas] que é pela legalização do aborto [28 de setembro], agora a gente está com o dia em defesa das duas vidas [8 de agosto]", acrescenta ela.
A expectativa dos organizadores é de um público expressivo nas redes sociais e muita gente nas ruas dos países que puderem se manifestar. No Brasil, por exemplo, a celebração do dia ocorrerá apenas pela internet em decorrência do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus. Para Zezé, essa data é um marco dos grupos pró-vida na luta contra a legalização do aborto no continente.
Na Argentina, haverá uma caravana no centro de Buenos Aires. Segundo os organizadores, o protocolo de saúde e segurança deverá ser respeitado. O uso de máscara e o distanciamento de um metro e meio será obrigatório durante o evento, para evitar o avanço da Covid-19.
Movimento nasce na Argentina
Iniciada na Argentina por entidades pró-vida, a iniciativa ganhou apoio de todo o continente americano e países como o Brasil aderiram à celebração e comemoração das duas vidas. No ano passado, quando o ocorreu o lançamento do movimento, a participação foi expressiva e neste ano o recorde de público deve ser batido. Mais de 42 mil pessoas já confirmaram participação no site do evento até esta sexta-feira (07).
A proposta é que o Dia Internacional pelas Duas Vidas, a da mulher e do bebê, seja comemorado anualmente. Centenas de entidades estão envolvidas com a campanha e haverá transmissões de debates no canal do Youtube oficial da campanha ou no site 2vidas.org. Nas redes sociais, a campanha levantará as hashtags no Twitter #8ª e #2vidas, no dia 8 de agosto. Na maioria dos países ocorrerá panelaço e os manifestantes vão usar um lenço azul.
Segundo a coordenadora do movimento pró-vida latino-americano, Marcela Verena Errecalde, a iniciativa nasceu após a tentativa da legalização do aborto no país, em 8 de agosto de 2018, mas o Congresso argentino rejeitou o projeto de lei que tentava legalizar o ato. Na oportunidade, milhões de argentinos foram às ruas e a campanha “Save the 2 Lives” nasceu no mesmo dia.
"O 8 de agosto virou uma data internacional desde o momento em que toda a força de mobilização de todos os países da América Latina fizeram da luta pela vida na Argentina uma luta própria. O projeto à época foi derrubado graças a ação conjunta de vários países, não só da Argentina", destaca a historiadora.
De acordo com Marcela, a data se tornou uma comemoração da vitória da vida. "O objetivo foi criar uma data que nos relembre a força que temos como movimento pró-vida internacional. Já temos o dia 25 de março que se comemora o dia do nascituro e agora essa nova data", reitera.
Na Argentina, o presidente da Alberto Fernandez tem um projeto de descriminalização do aborto. Neste mês, o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, também apresentou outro projeto sobre aborto irrestrito. As duas proposições estão preocupando os grupos pró-vida e o ato desta sábado será mais uma manifestação contra a cultura de morte que está querendo alcançar o país.
"Ele aprovou um protocolo sanitário de aborto irrestrito ontem. Então esperamos que tenha muita gente na manifestação, porque esse protocolo é um desastre e abre a porta para a lei do aborto", conclui Marcela.
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