Com o objetivo de destacar a importância de corrigir a acidez do solo para o incremento de produtividade da agricultura nacional, a Associação Brasileira das Indústrias de Calcário Agrícola (Abracal) comemora nesta quarta-feira (24) o Dia Nacional do Calcário Agrícola. A data foi instituída pelos dirigentes dos sindicatos estaduais ligados à Abracal.
"Queremos que anualmente 24 de maio seja o dia para a sociedade e a classe política refletir sobre o valor do uso do calcário para o aumento da produção agrícola e da oferta de alimentos", enfatiza o presidente da Abracal e do Sindicato da Indústria do Calcário do Rio Grande do Sul, Oscar Alberto Raabe.
O dirigente diz que a falta de política permanente de incentivo à correção do solo preocupa e causa prejuízos ao setor. "Embora a pesquisa recomende que os agricultores brasileiros devam incorporar, anualmente, 71 milhões de toneladas de corretivo, o País ainda não superou a marca de 26,5 milhões de toneladas anuais, sendo que em 2005 foram aplicadas apenas 16,3 milhões de toneladas de calcário", observa Raabe, que é também é vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
O Programa Moderagro, criado pelo governo federal nos anos 90, é um dos principais instrumentos oficiais que o setor dispõe para investimento em calagem. O programa oferece linha de financiamento com até 5 anos de prazo, período de carência de um ano, e juros fixos anuais de 8,75%. No entanto, Raabe salienta que o programa apresenta falhas na liberação de recursos que comprometem a aplicação de calcário na época mais adequada.
"O Moderagro precisa manter os financiamentos abertos sem interrupções durante os 12 meses. O atual bloqueio, pela falta de dotação ocorre no momento inoportuno, pois entre os meses de abril e agosto, são tomadas as decisões de compra e aplicação o calcário", garante o presidente da Abracal.
Pesquisa
"Dados de pesquisa da Embrapa mostram que, quanto menor for o pH do solo, ou seja, quanto maior a acidez, menor será o aproveitamento dos principais nutrientes das plantas, que são aplicados pelo produtor quando este aduba a sua lavoura. Por exemplo, quando o pH do solo for menor do que 5,5 o aproveitamento do fósforo será da ordem de 32%. O restante não é aproveitado pelas plantas e este fósforo fica "preso" no solo ou indisponibilizado para as plantas, o que significa que o produtor está "pondo dinheiro fora", pois este investimento não terá todo o retorno possível.
Mas, quando o pH do solo for maior do que 6,0, o aproveitamento do fósforo aplicado, segundo a pesquisa, sobe, alcançando 100% com pH 6,5", conclui Raabe, afirmando ainda que a calagem é uma técnica indispensável para o agricultor garantir rentabilidade superior na atividade agrícola.