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Brasília – A Mesa Diretora do Senado encaminhará ao Conselho de Ética uma terceira representação por falta de decoro contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Quem garante é o segundo vice-presidente, o paranaense Alvaro Dias (PSDB), que presidirá na quinta-feira a reunião da Mesa que vai deliberar sobre o assunto.

Desta vez, ele é acusado de usar "laranjas" para comprar veículos de comunicação em Alagoas. Renan já responde pela denúncia de que receberia dinheiro de uma empreiteira para pagar despesas pessoais e pela suposta interferência junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para beneficiar a fábrica de bebidas Schinchariol.

"Parece ser um caso gravíssimo (uso de "laranjas"), mas vale ressaltar que a decisão da mesa se dá mais em função da formalidade do que do mérito. O processo será encaminhado, não tenho nem o constrangimento de falar disso", afirmou Alvaro. Ele comandará a reunião porque Renan não pode decidir sobre um assunto no qual está envolvido e o primeiro vice, Tião Viana (PT-AC), não estará em Brasília esta semana.

Será a primeira vez desde o início dos escândalos envolvendo o alagoano que a oposição vai encabeçar uma reunião da Mesa. Alvaro retornou ao Senado no dia 2, após passar quatro meses em licença médica, recuperando-se de um cirurgia no joelho direito.

Apesar de estar acompanhando a situação de fora, ele segue o discurso do partido e defende o afastamento de Renan da presidência. "Deveria ser a primeira providência, para que o julgamento seja o mais insuspeito possível."

O senador também criticou a demora do Conselho de Ética nas investigações da primeira denúncia. Segundo a acusação, o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, pagaria despesas de pensão alimentícia e aluguel, de R$ 16,5 mil mensais, à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha de 3 anos.

Para comprovar que a despesa teria saído do seu bolso, o presidente do Senado apresentou notas fiscais de venda de gado que seriam irregulares. "Os relatores dessa denúncia já têm condições de levar o caso a plenário e, conforme for a decisão, nem precisamos levar as outras representações adiante. Não dá para cassá-lo duas, três vezes."

Depoimento

Um dos supostos sócios "laranjas" de Renan em empresas de comunicação em Alagoas, o usineiro João Lyra, deve depor no Senado nos próximos dias. O corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (DEM-SP), pretende convocá-lo ainda esta semana. Lyra disse à revista Veja, que publicou reportagem no fim de semana apontando as supostas irregularidades, que tinha sociedade com o alagoano em um jornal e uma emissora de rádio do estado.

Após encaminhado ao Conselho de Ética, o presidente do órgão, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) deverá nomear um relator. O peemedebista também recebeu na semana passada a representação contra Renan no caso Schinchariol, mas até agora não definiu quem assumirá a relatoria. O desejo dele é que a acusação seja incorporada à que envolve a construtora Mendes Júnior, que está sendo investigada por três relatores – Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE).

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