
"Eu cuidava dele, e ele cuidaria de mim. Agora, de quem eu vou cuidar, e quem irá me amparar?". Essa é a pergunta que a governanta aposentada Edir Zehnpfenning, 70 anos, faz a si mesma desde que o filho João Carlos, de 50 anos, faleceu de infarto fulminante, no dia 11 de maio. Após perder o marido, a mãe e os sogros, Edir via no filho, que morava com ela desde que se divorciara, uma companhia inseparável. Era ele quem a levava e buscava nas atividades diárias, como ir ao mercado, à igreja ou ao grupo de convivência da terceira idade do bairro. "Era muito carinhoso, embora quieto."
Com a morte repentina do filho, sua rotina foi totalmente alterada. Pela manhã, preparava religiosamente a vitamina de frutas de João Carlos, e servia o almoço sempre no mesmo horário, ao meio-dia. Agora, sente que não tem "o que fazer", mas também não consegue dormir. "Se os dias são longos, as noites são infinitas", diz, com lágrimas nos olhos. "Quanto tempo ainda vou viver sem o meu filho? Esta é a pior dor do mundo", diz ela, lembrando-se da época em que trabalhava em um hotel e os filhos eram pequenos. "Era muito feliz. Tinha saúde, trabalho, um marido e filhos para cuidar."
Avó de cinco netos e mãe de outras duas filhas, Edir recebe visitas e conselhos constantes da família e de amigas, mas diz que ainda não tem forças para sair de casa e pede um tempo até voltar à rotina, que inclui encontros semanais com o grupo de convivência da terceira idade que a ajudou a superar a morte de Udo, seu companheiro por 50 anos. Agora, se dedica a visitar o túmulo do filho, prática que tem o aval de sua geriatra. "Isso me faz bem. Mais tarde, talvez, eu volte para o grupo. Lá eu cantava, dançava, ia a passeios. Foi uma época feliz."
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