Caderno, caneta e lápis de cor. Apontador, borracha e tinta guache. Ah, e a tesoura! Janeiro é mês de comprar material escolar. Nesse período, em que as famílias têm de administrar grandes gastos, como o IPVA e o IPTU, o material escolar pode transformar-se facilmente em mais uma preocupação financeira devido ao aumento dos preços, prática comum às vésperas do início do ano letivo, quando a procura por itens de papelaria pode aumentar mais de 50%.
Pesquisa de preço de materiais escolares realizada pelo Procon-PR em Curitiba encontrou diferença superior a 200% no valor cobrado por um mesmo produto em diferentes estabelecimentos. O levantamento consultou os preços de 265 itens entre os dias 12 e 16 de janeiro, em dez papelarias da capital.
Entre os materiais pesquisados, 29 itens registraram diferença igual ou acima de 100% (entre apontadores, borrachas, cadernos, canetas, colas, giz de cera, lápis, massa de modelar, papel sulfite e tesouras), e apenas quatro produtos não apresentaram variação significativa (abaixo de 5%).
O grande vilão da vez é a tesoura, item com maior diferença de preço, que pode ser encontrada por R$ 2,99 até R$ 9,80 variação porcentual de 227,76%. Em segundo lugar aparece ecolápis, com 177,78% de variação e preços que vão de R$ 0,90 a R$ 2,50. A terceira maior discrepância ficou com a caneta 0,7 milímetros, cujos preços apresentam diferença de até R$ 3,70 entre uma loja e outra. A pesquisa completa está disponível no site da Gazeta do Povo.
Pesquisar e orçar
Para evitar transtornos, pais tentam descobrir como economizar sem abrir mão dos itens exigidos pelas escolas enquanto administram o orçamento para dar conta de tudo. De acordo com o educador financeiro Silvio Bianchi, da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), a melhor maneira de economizar é seguir algumas lições básicas de economia financeira familiar: primeiro, definir claramente quanto se pode gastar sem comprometer o orçamento mensal.
"Sem saber a disponibilidade orçamentária, o risco de contrair dívidas ou gastar mais do que o necessário é maior", explica. Bianchi também recomenda que os pais planejem a compra dos materiais escolares com antecedência, guardando uma quantia mês a mês para, no início do ano letivo, dispor de uma reserva para essas compras.
A segunda regra básica é a boa e velha pesquisa de preço. "Informação é essencial para escolher melhor. Mas procure pesquisar com antecedência. Quem deixa para última hora, tende a comprar a qualquer preço ou produtos de qualidade inferior", complementa Bianchi.
Desconto ou parcelamento
Segundo Eva de Fátima Nubesniak, gerente de papelaria no Centro de Curitiba, a pechincha é prática recorrente na loja. "Temos clientes cativos, que já procuram pela loja porque sabem que temos qualidade e o descontinho. Nós negociamos caso a caso." Já Julio Guterres, gerente de uma filial de uma grande rede de lojas, aposta nas condições de pagamento. Na loja dele, o cliente pode parcelar em 10 vezes sem juros e sem entrada, se a parcela for maior do que R$ 10.