A comitiva do governo federal, liderada pela ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, desembarcou na manhã deste sábado (28) em Porto Alegre, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, para anunciar a liberação de R$ 162 milhões destinados à reconstrução do Rio Grande do Sul, que foi devastado pela sequência de tempestades que teve início em 19 de novembro. Até o momento, as tormentas causaram a morte de oito pessoas e impuseram perdas econômicas de R$ 1 bilhão ao Estado. Além disso, 81 municípios decretaram situação de emergência, 15.410 indivíduos estão desalojados e outros 4.914 desabrigados.
Falando em nome do presidente Lula, Dilma, ao lado da governadora Yeda Crusius e dos ministros Márcio Fortes, das Cidades, Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, e Fernando Haddad, da Educação, comunicou que já chegaram ao Estado duas mil cestas básicas, dois mil kits dormitório e 30 cargas de medicamentos básicos, que terão durabilidade aproximada de 90 dias e atenderão 15 mil pessoas.
Após a reunião entre as autoridades, que durou quase duas horas, Dilma informou que não há como saber o prejuízo total causado pelas intempéries, pois muitas cidades ainda estão submersas. "Precisamos deixar a água baixar para ter noção da totalidade de pontes, estradas, escolas e outros espaços que foram danificados Mas não faltarão recursos", garantiu.
Terminada a discussão entre as autoridades e a entrevista coletiva, Dilma Roussef e o restante da comitiva partiram para o sobrevoo de algumas áreas atingidas. A fiscalização quase foi cancelada devido ao princípio de temporal que assolou Porto Alegre pela manhã.
A ministra assegurou que não haverá morosidade na liberação de recursos, mas destacou que será fundamental a agilidade de prefeituras e do governo estadual para a elaboração dos projetos de reconstrução dos espaços destruídos. "Vamos liberar R$ 100 milhões de forma imediata, sem a necessidade de medida provisória", garantiu. Afora este valor, o governo federal anunciou o envio de R$ 50 milhões para a saúde e R$ 12 milhões para a educação.
O montante será aplicado na recuperação da infraestrutura, revitalização de hospitais, postos de saúde e escolas danificadas. As perdas na agricultura também determinaram anúncios de benesses. O governo vai perdoar parte da dívida adquirida pelos camponeses junto ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). A safra 2009/2010 rendeu 31.375 contratos no Rio Grande do Sul, somando R$ 175 milhões. Deste montante, R$ 150 milhões serão perdoados e restará aos tomadores de crédito a dívida de R$ 25 milhões, que poderá ser paga em longo prazo.