A presidente Dilma Rousseff assinou nesta sexta-feira um decreto que permite a permanência até dezembro do exército no Complexo da Maré.

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O documento, assinado durante uma visita que a chefe de Estado fez à região, autoriza o Exército a manter 2.400 homens no conjunto de favelas ocupadas em abril para que garantam a segurança enquanto a polícia assume o controle. Na visita, Dilma esteve acompanhada dos ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

No discurso, Dilma garantiu que o governo federal está disposto a elevar sua cooperação para melhorar a segurança pública nos estados, apesar da Constituição estabelecer que a responsabilidade desta área seja dos governos estaduais.

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"Há um preceito constitucional que atribui aos estados a responsabilidade pela segurança pública, mas nós não estamos de acordo com isso porque consideramos que o papel do governo federal tem que ser mais ativo", afirmou a governante.

A presidente disse que o governo federal não pode se limitar a ceder recursos para ajudar os estados a melhorar a segurança, e destacou o acordo com o governo do Rio de Janeiro como exemplo do sucesso de cooperação entre forças federais e estaduais para combater o crime.

"Esta associação com o Rio de Janeiro é o melhor exemplo da cooperação entre os governos que se pode conseguir pela segurança", afirmou.

O governador do Rio de Janeiro, no entanto, assegurou que a permanência do Exército no Complexo da Maré garante a segurança em uma região que antes era controlada pelo tráfico e permite que a polícia concentre suas operações em outras regiões.

Inicialmente, os militares das Forças Armadas que ajudaram a ocupar os bairros da região permaneceriam até agosto, quando seriam substituídos por homens da Polícia Militar. Contudo, novos agentes não terminaram o curso de formação, tornando necessária a continuação da presença do exército. Os militares sairão dos bairros em dezembro, quando o governo do estado instalar na região uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

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Dilma aproveitou a cerimônia de assinatura do decreto para homenagear comandante da UPP Nova Brasília, capitão Uanderson Manoel da Silva, 34 anos, assassinado ontem à noite em um confronto com traficantes.

"Não podemos deixar que essa morte seja em vão. A morte dele nunca será esquecida. Vamos continuar e não desistir dessa política de enfrentamento pela paz. Quero que todos os homens que morreram em busca pela paz não sejam esquecidos", afirmou.