A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acabou ontem com as expectativas que a prefeitura de Curitiba tinha para conseguir financiamento do governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção do metrô até a Copa do Mundo de 2014. Ela deixou claro que os projetos que incluem obras relacionadas à construção de metrôs não serão contemplados neste momento. "Os metrôs a gente está indicando que entrem no PAC 2, que o presidente Lula tem sempre dito que ele vai deixar já estruturado para o próximo governo", explica Dilma.
O balde de água fria veio durante o programa Bom Dia, Ministro, diante de uma pergunta da jornalista Denise Mello, da Rádio Banda B. A ministra explicou que a União tem R$ 5 bilhões para investir na área de mobilidade urbana. "São 12 cidades; se R$ 1 bilhão for para o metrô de Curitiba, ficam só R$ 4 bilhões para 11 cidades. A desproporção é um pouquinho grande", justifica.
O investimento estimado para as obras do metrô é de R$ 2 bilhões R$ 1,2 bilhão para o trecho Sul e R$ 800 milhões para a parte Norte , valor que seria dividido entre o poder público e a iniciativa privada. "O prefeito pode pleitear estes recursos, se ele quiser que o governo federal participe, para o PAC 2", considera Dilma.
O PAC 2 é apontado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, como a melhor alternativa para Curitiba. Para Bernardo, há outras obras mais prioritárias na cidade a serem feitas para o Mundial, como reformas na Avenida das Torres, melhorias no Aeroporto Internacional Afonso Pena e a conclusão da Arena da Baixada.
Prefeitura
Apesar das afirmações vindas do primeiro escalão federal, a prefeitura informa que o projeto continuará em discussão com o governo federal e reforça que a União firmou um compromisso com a Fifa de melhorar as condições de transporte público nas cidades-sede da Copa. Entretanto, sem os recursos do PAC, o presidente do Instituto de Planejamento e Pesquisas de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida, afirmou nesta semana antes das declarações de Dilma Rousseff que considera difícil terminar o metrô até a Copa. "É muito pouco provável que encontremos outras formas de financiamento num curto espaço de tempo", disse Almeida. "Para fazer qualquer obra precisa-se de recurso. Curitiba não tem recurso para o metrô, assim como nenhum outro município. Se os recursos não vêm, não tem obra", completou.
Contudo, o prefeito em exercício, Luciano Ducci, ainda acredita na parceria entre a prefeitura de Curitiba e o governo federal para a construção do metrô. Ducci afirma que há um amplo trabalho da equipe técnica da União e do município para viabilizar o projeto. "O governo Lula e o ministro Paulo Bernardo sabem a importância dessa obra para a cidade. Vamos ter sucesso no processo. Se não for pelo PAC, haverá outra forma de financiamento do governo", espera.