A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira (5) o respeito e a necessidade de cumprir as decisões judiciais no impasse com índios que ocupam uma fazenda em Mato Grosso do Sul, mas disse preferir a via da negociação, num conflito que já deixou um indígena morto e levou o governo a enviar a Força Nacional de Segurança Pública à região.
"O Brasil, o governo brasileiro, cumpre a lei rigorosamente. O que a Justiça dispõe para nós fazermos, nós cumprimos. Agora, sempre vamos preferir o processo negocial para evitar choques, mortes, ferimentos. Até porque eu acho que isso é algo que é característico da sociedade brasileira", disse a presidente a jornalistas após cerimônia no Palácio do Planalto.
Na semana passada, um índio de 35 anos foi morto a tiros durante a operação de reintegração de posse de uma fazenda em Sindrolândia, no Mato Grosso do Sul, que havia sido ocupada por índios da etnia terena. Revoltados, os indígenas voltaram a ocupar o local no dia seguinte, armados com paus, arcos e flechas.
A situação levou o governo federal a atender a um pedido do governador do Mato Grosso, André Puccineli (PMDB), e enviar 110 homens da Força Nacional ao Estado para ajudar na resolução do conflito.
"No Brasil, nós temos uma população indígena e não podemos negar essa existência, até porque ela é a população originária do país", disse Dilma. "Isso não significa que outras populações que se estabeleceram no país também não tenham direito. Eu acho que essa é uma questão que tem que ser feita com base no diálogo."
A insatisfação entre indígenas de todo o país se acirrou após a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, anunciar a deputados de Estados agrícolas que o governo ampliará o número de órgãos envolvidos na decisão sobre demarcação de terras indígenas, que atualmente envolve somente a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Também nesta quarta, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, divulgou nota afirmando ter cometido "um equívoco" ao afirmar na véspera, durante reunião com indígenas, que Dilma censurou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pelo cumprimento da decisão judicial da primeira instância do Mato Grosso do Sul.
"O ministro afirma que tentava demonstrar a dor da presidenta Dilma com a morte de um indígena ocorrida naquela ocasião e a insistência dela na utilização do método da negociação e do diálogo na resolução de conflitos", afirma a nota.
"Mas o ministro reconhece que em nenhum momento a presidenta fez críticas ao ministro Cardozo pelo fato de a Polícia Federal estar cumprindo ordem judicial", acrescenta.
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