A presidente Dilma Rousseff reconheceu que o governo federal implantou o Fies, programa de financiamento estudantil, com “dois problemas”, ao justificar nesta segunda-feira (30) as mudanças feitas no programa no fim do ano passado. As modificações, que reduziram o fluxo de pagamento para faculdades e aumentaram o rigor para acesso dos estudantes, provocaram críticas de instituições privadas e alunos.
Dilma afirmou que a primeira distorção era que as próprias empresas faziam o cadastro. “Se eu falar para algum de vocês que tem um armarinho que eu compro todos os seus fecho-éclairs e botões, vocês vão achar uma porção de gente para me vender fecho-éclairs e botões. Culpa de quem? De quem comprava do armarinho. Quem é que falava ‘façam as matrículas que nós bancamos’? O governo federal”, comparou, em entrevista após evento oficial em Capanema (a 152 km de Belém).
Ela acrescentou que, agora, “não há hipótese” de o governo bancar estudantes que tiraram zero em redação. O governo federal não pode tirar dinheiro dos contribuintes e dar para quem tiver zero em português. Não só tem de ter o mesmo desemprenho do ProUni, que é 450 pontos no Enem, como não pode ter zero em português”, disse.
Ainda afirmou que o governo “não bancará” reajustes da graduação acima de 6,5%. “Se quiserem reajustar em 32%, como foi um caso de um ano para o outro, podem fazê-lo, agora arquem com os recursos necessários.”
A presidente foi ao Pará para entregar unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. Antes da entrevista, fez discurso em defesa dos ajustes fiscais implantados no início da segunda gestão.
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