A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (2) que o aplicativo de transporte urbano Uber precisa de regulamentação no Brasil, afirmando que o serviço contribui para o desemprego, em uma das primeiras declarações públicas de um chefe de Estado se posicionando contra a companhia norte-americana avaliada em US$ 50 bilhões.
“Eu acho que o Uber é complexo porque ele tira o emprego de muitas pessoas. Ele não é uma coisa tranquila”, afirmou a presidente a jornalistas após evento em Brasília.
“Depende também da regulamentação de cada cidade e de cada Estado, porque não é a União que decide isso. Ele tira os taxistas do seu emprego”, disse a presidente, afirmando que a oferta de serviços da empresa no país é “polêmica”.
Representantes da Uber no país não puderam comentar o assunto de imediato.
A companhia enfrenta oposição de autoridades e taxistas em várias cidades do país e do mundo. No final de junho, o presidente da França, François Hollande, pediu uma cúpula da União Europeia para discutir o fim de um dos serviços da Uber na França, enquanto o ministro do Interior do país classificou a atitude da companhia como “cínica” e “arrogante”.
Nesta quarta-feira, vereadores de São Paulo estão discutindo em audiência pública a oferta de serviços da Uber na capital paulista.
A reunião acontece depois que os vereadores paulistas aprovaram em julho, em primeira votação, projeto de lei que proíbe o uso de carros particulares cadastrados em aplicativos para transporte remunerado de passageiros. Uma segunda votação, antes que o projeto seja remetido à sanção do prefeito Fernando Haddad (PT) está marcada para 9 de setembro.
Além de São Paulo, vereadores do Rio de Janeiro aprovaram em segunda votação no final de agosto projeto contra aplicativos de transporte.
Em entrevista à Reuters em julho, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius de Carvalho, afirmou que a regulamentação dos serviços da Uber precisa passar pela discussão das limitações à concessão de licenças de táxis nas cidades que acabam criando barreiras de entrada para novos concorrentes.
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