A presidente Dilma Rousseff disse ontem na Etiópia que os boatos sobre o Bolsa Família, que provocaram corrida aos bancos no último fim de semana, vão obrigar o governo a aprimorar o sistema de fiscalização do benefício.
"O que a gente pode tirar de bom disso? Podemos tirar que vamos estar sempre mais atentos agora para essa possibilidade, porque durante dez anos, nunca houve isso", afirmou a presidente.
No último fim de semana, falsas notícias sobre a extinção do programa levaram milhares de pessoas a agências da Caixa Econômica Federal e a lotéricas em mais de dez Estados. Houve longas filas, tumulto e confusão.
"Agora você vai ter de incorporar aos seus mecanismos, através de auditoria, mais isso", disse Dilma.
Ela não quis comentar a investigação sobre a origem dos boatos, dizendo que seria uma "temeridade". Mas deu indicação de que não acredita que a razão tenha sido a mudança no cronograma de pagamentos pela Caixa Econômica Federal, sem aviso, na véspera dos boatos.
A Folha de S.Paulo noticiou hoje que a Caixa, responsável pela distribuição do benefício, alterou o calendário de pagamentos do Bolsa Família na véspera do boato.
"Eu li a nota da Caixa. O que ela admite é que está em transição de um sistema, e suspendeu, de fato, uma pessoa do pagamento. Isso explica o pagamento dessa pessoa, mas não explica a corrida à Caixa. Não explica o porquê da quantidade de pessoas que procuraram a Caixa no sentido de receber [seu benefício]", disse.Segundo a presidente, pode ter havido falha da Caixa. "Somos humanos. O que estou dizendo é o seguinte: não é uma falha tópica que explica 12 Estados [com rumores]".
Dilma considerou o episódio "lamentável" e disse que ninguém no governo está autorizado a acusar a oposição -como fez, na semana passada, a secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
A presidente minimizou os recentes atritos com o PMDB, embora tenha admitido "flutuações". "Nós temos uma aliança bastante estável e sólida com o PMDB. Diferenças, num regime democrático, sempre ocorrem. Elas não são tão relevantes assim", declarou.
Telemarketing
De acordo com informação publicada hoje pelo jornal "O Globo", a origem dos boatos sobre o fim do programa estaria em uma central de telemarketing com sede no Rio.A Polícia Federal descobriu que a empresa de telemarketing disseminou as informações falsas.
O ponto de partida da investigação foram depoimentos dos primeiros beneficiários que correram às agências da Caixa para realizar os saques. Eles disseram ter recebido ligações em seus celulares com mensagens eletrônicas sobre o fim do programa. Reportagem do jornal fluminense "O Dia" indica que a empresa responsável seria uma central eletrônica, capaz de disparar torpedos e mensagens gravadas sem a necessidade de operadores.
Em nota, a PF informou apenas que segue investigando o caso dos boatos sobre o fim do programa.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião