A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (24) que considera que o seu governo vem cumprindo os "pactos" firmados e definidos por ele próprio após as manifestações de junho.
Dilma disse ainda que continuará defendendo uma reforma política participativa - em que as decisões sejam tomadas diretamente pela população por meio de um plebiscito. Ela, contudo, evitou criticar o Congresso, onde tramita essa reforma sem levar em conta o desejo do Planalto.
"Uma avaliação baseada em fatos, em dados, uma avaliação objetiva, é que nós avançamos muito, sim, e cumprimos os pactos. Inequivocamente, saúde com [o programa] Mais Médicos, educação com a destinação dos royalties e do fundo social do pré-sal e mobilidade estão avançando e fazendo o Brasil avançar", disse Dilma.
Em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, a presidente disse ainda que o governo cumpre "sistematicamente" o pacto econômico, que prevê responsabilidade fiscal e estabilidade macroeconômica.
Sobre a reforma proposta, ela disse: "Achávamos e achamos que a reforma política tinha de ser e tem de ser participativa, profunda, com base em um plebiscito". Essa proposta, porém, não prosperou no Congresso. Aliados do próprio governo, liderados pelo PMDB, não apoiaram a ideia.
"É um processo que nós vamos continuar defendendo: o aprimoramento das regras também contra a corrupção e das regras de garantia de uma participação popular nos processos decisórios de reforma política no país", afirmou a presidente.
Novos municípios
Dilma também defendeu a regulamentação de emenda da Constituição sobre a emancipação de municípios, aprovada pelo Congresso e que deverá chegar para a sanção ou veto presidencial nos próximos dias. Ela disse que era preciso haver a definição de "critérios técnicos objetivos" nacionais, e não estaduais, para o surgimento de novas cidades.
A petista, contudo, não defendeu nem criticou a criação de novos municípios. Para a presidente, essa medida precisa ser bem analisada porque envolve a distribuição do dinheiro do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) com mais uma cidade do Estado a que pertence, sem que o repasse do bolo seja aumentado. "Não é um mal nem um bem. Tem que ser feito com critérios claros e objetivos", afirmou.
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