No momento em que enfrenta dificuldades com sua base aliada na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff (PT) orientou na segunda-feira (5) sua equipe ministerial a dialogar com o Congresso Nacional. Em cerimônia de posse de dez ministros, a petista afirmou que seus novos e antigos auxiliares têm o dever de manter contato permanentemente com deputados federais, partidos e movimentos sociais.
A falta de diálogo é uma das principais críticas feitas ao atual governo federal, tanto por movimentos de esquerda quanto por parlamentares da própria base aliada. Nesta terça (6), inclusive, deputados e senadores voltam a tentar apreciar os vetos presidenciais. Na pauta, há matérias consideradas sensíveis ao governo, como a que trata do reajuste salarial os servidores do Judiciário.
“A principal orientação que dou aos novos ministros, e aos ministros que continuam no governo, é: trabalhem ainda mais, com mais foco, com mais eficiência, buscando fazer mais com menos. Dialoguem muito e sempre com a sociedade, com os parlamentares, com os partidos e com os movimentos sociais”, disse Dilma.
Em meio à ameaça de abertura de um processo de impeachment na Câmara dos Deputados, a petista ressaltou que seu governo irá até o final de 2018 e reafirmou que a reforma ministerial tem também como objetivo garantir “mais equilíbrio” à coalizão que a apoiou na disputa do ano passado. “Nós temos um Brasil para governar até 2018”, afirmou.
Em discurso, a petista afirmou que o corte de oito pastas e a redução dos salários de ministros é uma medida de reequilíbrio fiscal. Ela anunciou que a Comissão Permanente para a Reforma do Estado, que terá como objetivo reorganizar a administração federal, será presidida por Nelson Barbosa (Planejamento).
As duas principais novidades no ministério são a troca de Aloizio Mercadante na Casa Civil por Jaques Wagner (que deixa a Defesa) e a demissão do petista Arthur Chioro (Saúde) para abrir espaço para um deputado peemedebista na pasta que estava sob o comando do PT.
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