A menos de dois meses da Rio+20, o governo federal, deputados e senadores descobriram que os preços dos hotéis no Rio de Janeiro durante a conferência se transformou em um problema. A presidente Dilma Rousseff pediu ontem aos ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do Turismo, Gastão Vieira, que tentem achar uma solução. Na Câmara dos Deputados, a Comissão de Turismo quer convocar o setor hoteleiro a dar explicações. No Senado, a Comissão de Relações Exteriores aprovou uma resolução em que pede ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que intervenha no assunto.
O assunto veio à tona nesta semana, depois que o Parlamento Europeu declarou que havia cancelado o envio de uma delegação ao evento por causa dos altos custos de hospedagem. A conta poderia chegar a 100 mil euros, dez vezes mais do que o orçamento inicial feito pelos europeus. Outras delegações também diminuíram o número de participantes por conta dos preços, até 60% maiores do que o normal.
O alto custo fez com que a Câmara brasileira também decidisse não enviar uma delegação oficial. "Fiquei sabendo que a diária do hotel que estava sendo oferecida à Câmara dos Deputados é de algo em torno de R$ 1,6 mil por dia", afirmou o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS).
Reação
Ao ficar sabendo do cancelamento dos deputados europeus, a presidente teria ficado irritada com o "abuso" e pediu à ministra da Casa Civil que se reunisse sexta-feira com o ministro do Turismo para ver o que seria possível fazer. Foram chamados representantes dos ministérios da Fazenda, Justiça, Turismo, Receita Federal, Embratur e do setor hoteleiro do Rio. A avaliação do governo é que os preços dos hotéis estão abusivos. Além disso, considera irregular a exigência dos pacotes de cobrar uma estada de pelo menos sete dias.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, fez questão de destacar que, apesar dos preços, a participação na conferência será alta. São esperados 116 chefes de Estado ou de governo. No entanto, para esses o custo da hospedagem é bancado pelo Brasil e pelas Nações Unidas. O restante das delegações paga do próprio bolso ou tem a sua despesa custeada pela organização da qual faz parte.
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