Para evitar os protestos por moradia que ocorreram ontem em algumas cidades do país, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu incluir em sua passagem por Curitiba, hoje, um encontro com lideranças do Movimento Popular por Moradia (MPM) para discutir a construção de casas populares. Em sua passagem pela capital paranaense, a presidente vai inaugurar o estádio Arena da Baixada e formalizar a liberação de recursos para o metrô e outros projetos de mobilidade.
A movimentação nacional contra os altos investimentos ligados à Copa ocorreram durante todo o dia de ontem. Em São Paulo, depois de quatro frentes de protestos durante a visita de Dilma ao estádio do Itaquerão, que vai sediar a abertura da Copa, a presidente topou se reunir com representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Ela se comprometeu a estudar a situação da invasão do terreno e a possibilidade de transformá-lo em habitações populares.
Em Curitiba, pela manhã, cerca de 800 pessoas interditaram a BR-376, na Cidade Industrial, em protesto por melhores condições de moradia. O movimento foi chamado de "Copa sem povo, tô na rua de novo" pela organização, o MPM. O ato começou às 10 horas e durou até pouco antes das 11h30. Os manifestantes protestaram contra despejos em vilas da região, além de pedirem a regularização fundiária de casas com pendências e mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida. O trânsito no local teve filas e transtornos durante o ato, conforme informações da Polícia Rodoviária Federal.
O protesto surtiu efeito e hoje às 9 h a Assessoria da Presidência vai receber os coordenadores locais para discutir a construção de moradias na ocupação Nova Primavera. "Essa é a primeira ação do projeto Minha Casa, Minha Vida em Curitiba, mas está demorando", conta Fernando Pena, um dos coordenadores do MPM. Ao todo, devem ser construídos 22 prédios de quatro andares, totalizando 253 unidades na ocupação.