| Foto: IVONALDO ALEXANDRE/IVONALDO ALEXANDRE

A seção Paraná da União Brasileira de Mulheres (UBM-PR), grupo que atua nos direitos das mulheres e questões de gênero, divulgou uma nota de repúdio a uma piada do comediante paranaense Diogo Portugal em um vídeo publicado na sua rede social em 29 de março, aniversário de Curitiba. Na apresentação, Portugal faz diversas piadas com características da cidade e dos curitibanos. Em uma delas, cita o número de estupros na capital.

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“Curitiba tem um alto índice de estupros, vocês sabiam disso? Não é mentira isso que eu estou falando, tem um alto índice de estupro. Mas depois eu fiquei pensando que faz sentido, né? Porque no inverno de Curitiba, pro sujeito conseguir ‘comer’ a mulher dele, só estuprando. ‘Aqui ó’ que ela vai tirar aquele pijaminha”, diz o humorista no vídeo. Até o fechamento desta reportagem, a publicação tinha quase 54 mil visualizações.

A UBM-PR considera a declaração machista e desrespeitosa. “Ao fazer a piada, o comediante faz incitação e apologia ao crime”, diz o texto. O grupo exige retratação pública de Portugal e informa que vai acionar o Ministério Público do Paraná para solicitar abertura de inquérito contra o humorista. “Artistas, produtores e comediantes têm que se responsabilizar pelo impacto e alcance dos seus discursos”, informa a declaração.

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A entidade também vai colher assinaturas em todo o estado para reforçar o posicionamento. A integrante da coordenação da UBM-PR Célia Rodrigues da Silva diz que a entidade tem se mobilizado com outros grupos que atuam na causa e vai organizar reuniões sobre o caso. “Estamos coletando as assinaturas e com grande respaldo”, conta.

Em nota enviada por e-mail à reportagem, o comediante informou que a piada foi feita há quatro anos, no contexto do aniversário de Curitiba. “Eu, como curitibano, e apaixonado pela cidade comentei sobre assuntos do cotidiano de quem mora na cidade, como o frio local”, disse. Portugal comentou que a intenção da piada não era incentivar qualquer prática criminosa e muito menos ofender as mulheres.

“A piada foi feita no contexto de um show humorístico e dirigida a uma plateia composta de homens e mulheres adultos com a premissa de que a liberdade de expressão é uma garantia constitucional”, diz a nota.