A Associação de Mulheres Diplomatas do Brasil (AMDB) publicou uma nota, nesta quarta-feira (17), com críticas ao Itamaraty pelo baixo número de mulheres incluídas em mecanismos internos de promoção do Itamaraty.
Segundo a associação, dos 64 nomes selecionados no último processo, apenas 18,75% são mulheres, o que a AMDB classificou como “número irrisório”.
“A indignação mistura-se à revolta e ao desânimo diante de uma lista que sumariamente exclui as mulheres diplomatas, especialmente aquelas na parte inicial da carreira, onde se começa a forjar o perfil de um Itamaraty mais diverso”, diz a nota.
A AMDB ainda criticou a “insidiosa realidade” em que "a presença masculina segue sendo a norma nas reuniões de cúpula do Ministério das Relações Exteriores".
“Ao desqualificar reiteradamente a competência das mulheres diplomatas e, dessa forma, recusar-se a seguir a orientação do governo federal no sentido de conduzir mais mulheres à gestão do estado, a chefia do Itamaraty reafirma sua tradição pela formação de uma elite masculina e branca”, afirma o texto.
Fontes do Itamaray informaram à Gazeta do Povo que a lista citada pela AMDB faz parte de um quadro de acesso e não é resultado da promoção dentro do Itamaraty. Trata-se de uma lista de nomes de diplomatas que estão habilitados a serem promovidos. A escolha dos nomes é feita por diplomatas de carreira e integrantes de quadros superiores.
A última promoção foi realizada no final do ano passado e entre os profissionais promovidos, as mulheres representavam 40% das promoções para ministro de 1ª classe, grau mais alto da carreira de diplomata. Atualmente, 23% do quadro do Itamaraty é composto por mulheres. "Isso é reflexo da nova gestão que tem a intenção de ampliar a presença de mulheres dentre os promovidos", disse uma das fontes.
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