Dirceu busca apoio à absolvição no PR

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Curitiba – O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu fez ontem um apelo em público, em Curitiba, para que o Supremo Tribunal Federal julgue a denúncia feita contra ele pela Procuradoria-Geral da República. "Já estão dizendo que o caso vai prescrever. Não quero impunidade, quero um julgamento justo", disse, pouco antes de um encontro com integrantes do Campo Majoritário, ala do PT nacional a que o ex-ministro é ligado. Dirceu, considerado o homem forte do primeiro mandato de Lula, foi denunciado à Justiça como chefe de uma quadrilha que estaria tentando desviar dinheiro público. "Não peço nenhum absurdo, não quero que julguem este mês, mas não quero que prescreva", afirmou.

Dirceu aposta em uma possível absolvição no STF para poder voltar à vida política. Atualmente, o ex-ministro, que teve seu mandato de deputado federal cassado por suposto envolvimento no caso do mensalão, está inelegível. "Não estou com meus direitos políticos suspensos, como muitas vezes se publica. Posso ocupar cargos públicos, votar, ter vida partidária", reafirmou ontem.

Além da tentativa de ser absolvido judicialmente, Dirceu diz que há um movimento em vários estados em favor de sua anistia no Congresso Nacional. Segundo ele, simpatizantes estariam preparando um manifesto – possivelmente um abaixo-assinado – para enviar a Brasília, pedindo que seja revisto o processo que culminou na cassação de Dirceu. "Eu estou me concentrando no Supremo, mas tem gente pensando em adotar essa estratégia. Acho que vai começar pelo Nordeste", disse.

A passagem de Dirceu por Curitiba faz parte de uma turnê que o ex-ministro vem fazendo pelo país.

Nos últimos dias ele passou por capitais do Nordeste, como Teresina e Fortaleza, e depois da parada em Curitiba segue para Vitória, Palmas, Goiânia e Belo Horizonte. Segundo ele, o principal motivo das viagens é apresentar uma defesa contra as acusações que foram feitas em público contra ele.

Ao mesmo tempo, Dirceu diz que aproveita para "discutir o país".

O ex-ministro nega que esteja tentando disputar algum cargo interno no PT. "O partido está muito bem dirigido", diz.