O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu se livrou da primeira denúncia pelo crime de peculato, feita pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Por unanimidade, os ministros do STF consideraram que não havia indícios suficientes para sustentar a participação do ex-ministro no envolvimento de repasses de mais de R$ 70 milhões da Visanet a empresa DNA Propaganda. Os ministros ainda julgarão, no entanto, se aceitam outras denúncias contra Dirceu: duas também pelo crimes de peculato, uma por corrupção ativa, e formação de quadrilha.
Também se livraram da acusação o ex-presidente do PT José Genoíno, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex-secretário-geral Sílvio Pereira.
Pela tevê
Alguns dos suspeitos de participação no mensalão estão acompanhando as sessões do STF pela televisão, distante dos repórteres que cobrem o julgamento. Marcos Valério de Souza, por exemplo, tem assistido desde quarta-feira o voto do ministro-relator, Joaquim Barbosa, de seu escritório em Belo Horizonte, segundo informou ontem seu advogado de defesa, Marcelo Leonardo.
À distância, os suspeitos têm acompanhado estes três dias com calma, segundo seus advogados. "O Delúbio é uma pessoa tranqüila, não é nervoso nem exaltado. Está acompanhando com tranqüilidade, e agora com mais ânimo, pois o STF já reconheceu que ele não tocou em dinheiro público'', afirma Arnaldo Malheiros Filho, advogado do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que está em São Paulo.
Também na capital paulista está o deputado petista José Genoíno (SP). "Acompanhando tudo pela tevê e tranqüilo'', garante o advogado Luiz Fernando Pacheco. "Conversei com ele há pouco. Comentamos sobre o julgamento, e ele me passou confiança, alegria e esperança em relação às acusações''. Segundo Pacheco, o deputado vai estar de volta a Brasília no início da próxima semana, "pois continua exercendo suas funções parlamentares''.
Já o paradeiro do publicitário Duda Mendonça não é de conhecimento de seu advogado, Tales Castelo Branco.