Direção de Educandário abre sindicância para apurar rebelião

A direção do Centro de Socioeducação, o Educandário, abriu uma sindicância para apurar a rebelião liderada por sete internos nesta quarta-feira que acabou em confronto com os educadores. Os funcionários da unidade envolvidos na ação irão fazer relatórios e todos os envolvidos irão prestar depoimento. O Ministério Público (MP) também instaurou um inquérito policial para apurar a ação dos educadores e dos internos. Nesta quinta, os sete adolescentes que participaram da rebelião e os educadores que integravam o grupo de retenção formado para conter as crises no Educandário foram submetidos a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Os laudos dos exames serão anexados ao processo administrativo e a possíveis processos judiciais decorrentes do caso. A sindicância não tem prazo para ser concluída, mas segundo a direção da unidade, está sendo feita "em caráter de urgência".

O MP instaurou inquérito policial para apurar o caso, mas de acordo com a promotora da Vara da Infância e Juventude, Édina Maria Silva de Paula, qualquer outra medida só poderá ser adotada por meio de encaminhamentos feitos à promotoria pela própria direção da unidade. "Requisitamos as fitas à imprensa e vamos apurar toda ação dos educadores e dos meninos", disse. Uma cópia dos laudos do IML também deverá ser encaminhada ao MP.

Durante toda a tarde desta quinta, a reportagem do 'Jornal de Londrina' tentou conversar com a diretora do Centro de Sócioeducação, Laura Okamura, mas foi informada de que ela estava em reunião. O coordenador dos educadores, Roberto Bassan Peixoto, afirmou que não houve nada de errado na ação promovida pelos funcionários para conter os rebelados.

ElogiosO secretário estadual de Trabalho, Emprego e Promoção Social, Roque Zimmermann, elogiou a ação do grupo de retenção, mas admitiu que houve excessos por parte de dois educadores durante a operação, na última quarta-feira. "Foi extraordinária a solução encontrada por eles (educadores) para este caso. Em outras épocas, os meninos teriam fugido. Dois deles perderam a cabeça e exageraram na dose, mas é compreensível porque foi a primeira vez que foram testados. Valeu investir no treinamento", declarou o secretário.

Zimmermann estará em Londrina na segunda-feira (19), onde irá se reunir com a direção do Educandário para discutir e avaliar o fato, assim como a conduta dos educadores durante a ação. O secretário adiantou ainda que as telas de proteção revelaram-se inadequadas e que elas serão substituídas por grades mais resistentes. A rebelião no Educandário começou quando sete internos deixaram suas atividades e tentaram fugir arrancando barras de ferro que estão sendo colocadas no lugar de um alambrado.