Berlim leva ao extremo o conceito “amiga das bicicletas”: sistema assegura trânsito seguro para ciclistas| Foto: Alexandre Costa Nascimento/Gazeta do Povo

O país que criou ícones do mundo automotivo como BMW, Mercedes-Benz, Audi e Volkswagen e que viu nascer o heptacampeão mundial de Fórmula-1 Michael Schumacher e o jovem talento Sebastian Vettel teria tudo para ser o "inimigo nº 1" das bikes. Mas, na Alemanha, bicicleta é usada como meio de transporte e respeitada por motoristas e pelo poder público.

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Conheci Berlim e explorei-a sobre duas rodas. A cidade leva ao extremo a ideia de "amiga das bicicletas" (bike friendly).

A capital alemã conta com um invejável sistema de ciclovias e ciclofaixas ao longo das principais ruas em um sistema integrado que permite que qualquer cidadão vá e volte, em segurança, pedalando. As vias são bem sinalizadas e estão sincronizadas com semáforos exclusivos para os ciclistas.

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Mas a experiência mais interessante ocorreu enquanto eu pedalava rumo a Alexanderplatz e a ciclovia se fundiu com uma via de circulação de ônibus. Acostumado a pedalar em Curitiba – em que os ônibus representam uma ameaça real –, me apressei em subir na calçada, quase desesperado, quando percebi um ônibus atrás de mim. Para minha surpresa, o motorista freou e sinalizou minha preferência, acompanhando, no ritmo da minha pedalada, até o meio do quarteirão, onde havia condições seguras de ultrapassagem.

Isso mostra o quão humilhante seria fazer uma comparação entre Curitiba e Berlim. Mas, se nossa cidade pretende manter sua imagem, já desgastada, de cidade ecológica, é imprescindível que a bicicleta faça parte dessa estratégia.

Faz sentido, por exemplo, gastar R$ 2,25 bilhões para construir uma linha de metrô de 14 quilômetros, distância que pode ser percorrida de bicicleta em 40 minutos?

A capital paranaense pode sim dar um grande passo civilizatório; mas, de bicicleta, podemos chegar lá bem mais rápido.

O repórter viajou a convite da Eletrosul.

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