Brasília (AG/AE) O diretor geral da Polícia Federal (PF), Paulo Lacerda, admitiu ontem à subcomissão de normas de combate à corrupção, da CPI dos Correios, que foi pressionado pelo líder do PP, deputado José Janene (PR), para nomear um indicado do partido para a superintendência da PF no Paraná. Segundo o relato de interlocutores do diretor da PF, Janene estaria interessado em frear inquéritos policiais contra ele no estado. Apesar do pedido encaminhado por representantes da própria Polícia Federal e da Casa Civil, Lacerda disse que se negou a nomear o indicado por Janene. Por intermédio de sua assessoria, Janene explicou que a Casa Civil ofereceu ao PP 15 cargos diferentes no governo federal. Entre eles, as superintendências da PF no Paraná e de Goiás. O partido, então, teria encaminhado por meio de ofício as indicações para os cargos na PF. Um mês depois, Janene teria sido comunicado pelo Palácio do Planalto que os postos na PF não estavam disponíveis. Uma junta médica da Câmara vai ao Paraná analisar o estado de saúde de Janene, processado no Conselho de Ética por suspeita de participação no suposto mensalão. O presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), quer saber se Janene tem condições de prestar depoimento, em casa, à relatora Ângela Guadagnin (PT-SP). Em defesa encaminhada ao conselho na sexta-feira, Janene, que sofre de doença cardíaca, pede a suspensão do processo até que esteja recuperado.
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