Cascavel O diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas, Ronaldo Urbano, pediu a exoneração do cargo, depois de quase um ano na direção da unidade. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informou que o afastamento é por motivos pessoais e não está relacionado com as supostas falhas detectadas no presídio. O delegado aposentado da Polícia Federal (PF), Francisco de Assis Sobrinho, assumiu interinamente o cargo. Os agentes penitenciários comemoraram a saída de Urbano, com quem vinham tendo atritos.
A exoneração foi publicada no Diário Oficial de anteontem. De acordo com o Depen, Urbano, que é também delegado aposentado da PF, recebeu convite para ser ouvidor no órgão federal, em Brasília, mas não aceitou alegando questões pessoais. A publicação ocorreu, coincidentemente, no mesmo dia em que a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, presidida pelo deputado João Campos (PSDB-GO), visitou a penitenciária e constatou algumas irregularidades, inclusive a tortura de um preso.
Na direção desde a inauguração da unidade, em 23 de junho de 2006, Urbano entrou em conflito com parte dos agentes penitenciários, que reivindicam mais espaço nas decisões administrativas. O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais de Catanduvas, Helder Jacoby, disse que a entidade não lamenta a saída do diretor. "Não se lamenta a saída porque a gente sempre foi alijada de toda a gestão", frisou.
Desde meados do ano passado, havia uma queda-de-braço entre os agentes e a direção de Catanduvas. Na semana passada, o chefe de segurança do presídio já havia pedido afastamento. A saída de ambos era uma reivindicação dos agentes que chegaram a ter uma audiência em Brasília com o ministro Tarso Genro.
Agora, os agentes esperam um relacionamento mais estreito com o diretor interino e com o próximo a ser nomeado. "Os verdadeiros operadores do sistema são os agentes penitenciários federais", declarou o sindicalista. O diretor interino deve ficar no cargo até a inauguração da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), que deve ocorrer até o fim do ano. A reportagem tentou ouvir Urbano sobre a exoneração, mas não conseguiu contato com ele.
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