A CPI do Apagão Aéreo da Câmara vai votar hoje requerimento para quebra de sigilo bancário da diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu. Os deputados querem investigar denúncia do brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, a estatal que administra os aeroportos, de que Denise faz lobby para que o setor de transporte de cargas seja transferido dos aeroportos de Viracopos em Congonhas para o de Ribeirão Preto. O pedido de quebra de sigilo será apresentado pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

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A CPI também decidiu convocar para depor, amanhã, o vice-presidente de segurança da Airbus, Yannick Malinge, o diretor de vendas da empresa, Raul Alonso, e o proprietário da EADS do Brasil, Eduardo Marson, que representa o consórcio industrial da Alemanha e da França. Malinge está no Brasil para acompanhar as investigações sobre o acidente com o Airbus 320 da TAM, no dia 17, em Congonhas, quando morreram 199 pessoas. A Airbus tem reclamado muito do comportamento da CPI, por ter autorizado a divulgação da caixa-preta de voz do avião.

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O relator da CPI do Apagão, deputado Marco Maia (PT-RS), disse ontem que, em vez de a Airbus ficar reclamando, deveria colaborar com as investigações. "Quando toma as posições que tem tomado, a Airbus procura fazer a sua defesa preventiva, porque vamos investigar a fundo se a falha foi do avião". Para ele, se a Airbus colaborar, será possível prevenir acidentes futuros.

"Nós atuamos como autoridade judiciária, de acordo com o que determina a Constituição. Não podemos permitir que fiquem utilizando as convenções internacionais para impedir que a sociedade brasileira fique sabendo o que aconteceu naquele dia. O Parlamento brasileiro não vai permitir que isso aconteça", disse Marco Maia, que defende a divulgação dos dados da investigação sobre o maior acidente aéreo ocorrido no Brasil.