A diretora do Colégio Estadual do Paraná (CEP), Maria Madselva Ferreira Feiges, entregou nesta segunda-feira o cargo após o governador Orlando Pessuti sinalizar com a possibilidade de eleições no maior colégio público do estado hoje, o diretor é indicado pelo governo do estado, o que não é aceito pelos alunos. Madselva exercia a direção desde 2007.
A professora Sheila Toledo Pereira, chefe do Núcleo Regional de Educação, órgão ao qual o CEP é vinculado, assume a direção até a instauração de uma comissão, formada por quadros do próprio Núcleo e também do CEP. "Essa comissão ficará à frente do colégio até que seja dada uma definição por parte do governador", explica a nova diretora.
No colégio, as opiniões se dividem. O presidente do grêmio estudantil que desde 2007 exige a saída de Madselva e a realização de eleições diretas , Danilo Casassa, diz estar contente com a iniciativa do governador. "Está todo mundo animado, alunos e professores. Essa é uma luta de muitos anos", afrma. Já a chefe do setor de comunicação do CEP, Égide Maria Petterle, diz ser totalmente contra a mudança. "O CEP tem um orçamento grande, que não pode ser gerido por qualquer pessoa. Eu defendo a democracia, mas nesse caso as eleições não são a melhor solução", diz a ex-aluna da instituição.
A decisão do governador, que ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, agradou o Sindicato dos Professores do Paraná (APP-PR). "As eleições são uma reivindicação histórica", afirma a presidente da entidade, Marlei Fernandes de Carvalho. "Queremos que o CEP continue sob o regime diferenciado, pois sabemos das necessidades específicas do colégio, mas a democracia tem de ser assegurada", acrescenta.
Eleições
Para que sejam realizadas eleições diretas no CEP, no entanto, será preciso modificar a legislação que hoje estabelece regras para a eleição de diretores da rede estadual. A Lei 14.231/2003 estabelece eleições diretas em todos os colégios da rede pública, exceto os que funcionam em regime especial (que administram seu próprio orçamento, daí a necessidade de o diretor ser de confiança do governador), como o CEP, colégios da Polícia Militar, conveniados como as Apaes , ligados à Igreja ou que funcionam em prédios privados. Em 2008, devido a protestos de alunos e professores contra a norma, o então deputado Mauro Moraes chegou a apresentar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que alterava a lei e tirava o CEP desse dispositivo. A emenda permanece engavetada, e a esperança dos alunos é que o governador retome a discussão do projeto.
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