Diretora do Instituto Ibope, sediado em São Paulo, Márcia Cavallari Nunes esteve em Curitiba nesta quarta-feira (1), quando concedeu entrevista ao telejornal Paraná TV Primeira Edição. Ela esclareceu uma série de dúvidas em relação ao processo de pesquisas eleitorais, explicou como as sondagens são feitas e comentou o porquê da diferença entre números de pesquisa e resultados finais das urnas na eleição para governador do Paraná.

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Sabatinada durante dez minutos pelas apresentadoras Mira Graçano e Thays Beleze, da TV Paranaense/RPC, Márcia explicou como são feitas as pesquisas – que muitas vezes geram desconfiança por parte de gente que questiona o fato de nunca ser entrevistado.

Metodologia

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De acordo com ela, tudo é feito dentro de uma metodologia, que segue critérios científicos. "Os entrevistados são a amostra que representa o universo a ser avaliado. É como fazer um exame de sangue, você colhe uma pequena quantidade de onde serão extraídas diversas informações, mas não precisa examinar o sangue todo", comparou.

De acordo com Márcia Cavallari, os entrevistadores do Ibope controlam o segmento de pessoas que são entrevistadas de acordo com a orientação científica que recebem. Nada é aleatório, esclareceu.

Os pesquisadores visitam domicílios em cidades grandes, médias e pequenas, no interior e nas zonas rurais, garantiu, mas sempre obedecendo à regra de proporção calculada pelo instituto. "A proporcionalidade obedece ao universo do eleitorado paranaense", observou.

Representatividade

Depois de escolhidas as cidades, são selecionados os locais para entrevista, e cada pesquisador deve preencher a cota de entrevistados que corresponda aos critérios estipulados pelo Ibope: sexo, grau de instrução, ocupação e grupo socioeconômico. "Todos os eleitores estão representados na pesquisa", afirmou.

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Márcia esclareceu que as pesquisas de intenção de voto revelam o quadro daquele momento em que são feitas. E que os institutos de pesquisa observam que, cada vez mais, os eleitores brasileiros deixam para decidir o voto na última hora.

"Estamos medindo essa coisa volúvel, mutante, que é a intenção de voto. Tem gente que muda o voto até mesmo na hora em que está dentro da cabine de votação. É preciso lembrar que a opinião pública é uma coisa dinâmica, vai se formando ao longo de um processo eleitoral", comentou.

Desafio

Dentro desse cenário, acrescentou a especialista, o maior desafio dos institutos de sondagem de opinião pública é tentar reduzir o tempo entre a data em que as entrevistas são feitas e o dia em que são divulgadas.

"Muitas vezes esse espaço de tempo (que atualmente está em cerca de dois dias) já fica defasado, deixa de captar um fato, uma mudança que pode acontecer nesse pequeno período e alterar os rumos da eleição".

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Diferenças

Márcia Cavallari esclareceu também o porquê da diferença entre os números das pesquisas de boca-de-urna e o resultado final da eleição para governador no Paraná e comentou o pleito, que teve diferença muito apertada no segundo turno entre os dois adversários.

Ela também confirmou que além das pesquisas que são feitas por encomenda de órgãos de imprensa ou instituições que as divulgam – estas são registradas no Tribunal Regional Eleitoral – o Ibope e outros institutos fazem também sondagens encomendadas pelos candidatos. Estas não são divulgadas.

"São pesquisas para consumo interno das campanhas, que servem para orientar o marketing e a postura dos candidatos", explicou.

Veja quadros com as pesquisas dos institutos Ibope e Datafolha nas eleições do Paraná

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