Rio de Janeiro A diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve anunciar na terça-feira a renúncia coletiva de pelo menos quatro dos cinco diretores do órgão. O anúncio deve ser feito na reunião semanal da agência, em Brasília (DF).
O pedido de renúncia coletiva acontece após pressão do Planalto e do novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, para destituir os dirigentes da Anac. Pela lei, a diretoria da Anac não pode ser demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem por Jobim.
O mandato dos cinco integrantes da agência vence em 2011. Eles assumiram seus postos em 20 de março de 2006 após a criação de Anac que substituiu o extinto Departamento de Aviação Civil. A reportagem apurou que quatro dos cinco diretores da Anac já concordaram com o pedido coletivo de renúncia, inclusive o presidente da agência, Mílton Zuanazzi. A única que resiste em deixar o posto é Denise Abreu, indicada para o cargo pelo ex-ministro José Dirceu. A diretoria é composta também por Leur Lomanto, Jorge Veloso e Josef Barat.
Interlocutores do governo informaram que o mais cotado para assumir o lugar de Zuanazzi é o brigadeiro Jorge Godinho Barreto Nery, ex-presidente do DAC. Ele assessorou o ex-ministro Waldir Pires na Defesa e continua na pasta agora sob o comando de Jobim.
Outro nome cotado para integrar a diretoria da Anac é do engenheiro aeronáutico Ozires Silva, ex-presidente da Varig e da Embraer e com um longo currículo de experiência no setor aéreo.
Fontes da Anac disseram que o clima dentro da agência está muito ruim e que há funcionários comemorando a saída dos diretores por considerar que eles não possuem perfil adequado para comandar a autarquia.
Para esses funcionários, a falta de capacitação ficou evidente no acidente da Gol, em setembro passado. Com a queda do avião da TAM, no último dia 17, o pessoal técnico da Anac deixou de respeitar a atual diretoria, formada por indicações políticas.