Terminou ontem uma reunião do Departamento de Execução Penal, da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) do Paraná, que acontecia desde domingo, a fim de traçar estratégias para acabar com os motins no estado. A rebelião deflagrada na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II) na última sexta-feira foi a 20ª registrada nos últimos 10 meses. Por motivos de segurança, a secretaria ainda não revela quais serão as medidas adotadas.
Segundo informações da Seju, a Polícia Civil criou uma comissão de investigação que vai apurar com agentes e presos qual a causa do motim.
No último sábado, o governador Beto Richa (PSDB) disse estar "muito preocupado" com os conflitos e insinuou que é "muita coincidência" que as rebeliões estejam acontecendo em ano eleitoral. "Estamos tentando encontrar uma razão para essas rebeliões em série. Isso não é coincidência. É coisa programada", afirmou.
No balanço parcial sobre a PEP II, 50 colchões foram queimados e cinco camas foram destruídas. Segundo a Seju, a Secretaria de Infratestrutura e Logística (Seil) deve apresentar um relatório completo dos estragos causados pela revolta em 15 dias. Ao todo, o episódio terminou com 43 detentos transferidos para outras unidades do estado e de Santa Catarina.
Agentes
A Justiça de Piraquara determinou a prisão de um agente penitenciário pego em flagrante ao contrabandear celulares para a Penitenciária Central de Piraquara. A decisão da 3.ª Promotoria de Justiça da comarca é de 10 de julho, mas apenas ontem foi noticiada, segundo informações do Ministério Público do Paraná (MP).
No momento da prisão, ele estava com uma arma de fogo e 1,3 quilo de maconha que seriam vendidos aos presos, segundo o MP.
Atualmente, há cerca de 280 processos em andamento na Corregedoria do Sistema Penitenciário do Paraná contra funcionários acusados de corrupção. Nos últimos 30 meses, 22 agentes foram demitidos, segundo dados da Seju.