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São Paulo – Jorge Lorenzetti e Expedito Afonso Veloso, acusados de participar da compra do dossiê contra José Serra (PSDB), candidato favorito ao governo de São Paulo, foram afastados dos seus respectivos empregos.

O enfermeiro Lorenzetti deixou a diretoria administrativa do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e Veloso foi exonerado do cargo de diretor de Gestão de Riscos pelo Conselho de Administração do Banco do Brasil.

Lorenzetti estava afastado do cargo no banco catarinense desde 1.º de agosto para participar da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O enfermeiro apresentou seu pedido de desligamento da instituição na tarde da última quarta-feira. A solicitação foi aceito ainda na quarta pelo conselho administrativo do Besc.

Inquérito

Já a decisão de exonerar Expedito Veloso foi tomada antes da conclusão do inquérito administrativo aberto pelo banco. Por ter ocupado cargo de direção, ele ficará em quarentena e à disposição do banco para responder ao inquérito. Veloso havia pedido afastamento do cargo na semana passada, depois de ter sido citado no depoimento de Valdebran Padilha, preso em São Paulo com o dinheiro para a compra dos documentos contra o candidato tucano. O dossiê serviria para ligar José Serra à máfia das ambulâncias quando ele ainda era ministro da Saúde, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Veloso também estava de licença no banco para trabalhar na campanha de Lula à reeleição. Ele foi citado como integrante do esquema de compra dos documentos por Lorenzetti, que era chefe do núcleo de informações e inteligência da campanha de Lula. Segundo Lorenzetti, Veloso foi um dos responsáveis por verificar a autenticidade dos documentos e o interesse do PT neles. No depoimento da semana passada, Lorenzetti disse que pediu a Veloso e Gedimar Passos, outro envolvido no escândalo da compra do dossiê, que fossem a Cuiabá analisar os documentos. De acordo com ele, os dois foram três vezes à cidade.

Preferido

Conhecido como o churrasqueiro preferido de Lula, Lorenzetti tinha sido indicado ao cargo de diretor administrativo do banco de Santa Catarina pelo próprio presidente da República, segundo a assessoria de imprensa do Besc. O banco não informou os motivos alegados pelo diretor para deixar o cargo. Disse apenas que Lorenzetti agradeceu o apoio recebido dos funcionários durante sua permanência na instituição.

Ele assumiu a diretoria em março do ano passado. O Besc é controlado pela União com ativos de R$ 4,2 bilhões e passivos de R$ 4,2 bilhões.

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