Por serem constantemente isolados, incompreendidos, motivo de piadas ou sofrerem com o bullying (atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos que são adotados por um ou mais jovens contra outros colegas), é comum que jovens e adultos com autismo sejam solitários. Para amenizar esse quadro, o médico psiquiatra Estevão Vadasz, do Hospital das Clínicas de São Paulo, iniciou no mês passado o programa Estação Especial. São encontros semanais entre jovens com sindrome de Asperger (semelhante ao autismo) e jovens com autismo de "alto-funcionamento" (que dentro do espectro autista têm condições menos comprometidas).
"É uma ideia que já existe em outros países. Eles são muito ingênuos e os jovens tidos como normais tiram proveito disso. No grupo, eles podem compartilhar experiências, discutir as próprias atitudes e crescer juntos. Além disso, sentem-se reconfortados ao ver que não são os únicos com dificuldades de relacionamento", conta.
A rede social também é o foco do site Universo Autista, criado em 2006 por Herika Camargo Urbanski. Ao perceber todas as dificuldades pelas quais ela e o marido Luiz passaram ao ter o filho Gabriel, 9 anos, diagnosticado com autismo, Herika resolveu criar o site e aproximar os pais dessas crianças a profissionais, cursos, materiais de ensino e outras famílias.
"Além de tentar facilitar o acesso à informação, queremos que as pessoas deixem de olhar para o autismo como algo que impede o indivíduo de se sociabilizar e de estar integrado. Eles podem fazer parte de um todo e ter situações sociais positivas", afirma. A página recebe em média 20 mil acessos por dia e conta com uma sala de bate-papo, usada para troca de experiências e informações sobre o transtorno.
Na clínica particular Conviver, especializada em autismo, os pais se organizaram e prepararam adesivos e camisetas sobre o autismo. Além de procurar divulgar o autismo, os pais também se reúnem para trocar experiências, discutir as novidades no tratamento e formas de lidar com as crianças. A fisioterapeuta Kénili Rosa é mãe de Lorenzo, 6 anos, que há quatro demonstrou os primeiros sintomas. Ela conta que ao longo dos últimos anos aprendeu muito com outros pais, mas que surpresas ocorrem sempre. E ela já chegou a subestimar a capacidade do filho. "Fomos a um grande parque de diversões com amigos que também têm um filho estudando na clínica. Quando vimos as enormes filas para os brinquedos, desanimamos e quase fomos embora, certos de que as crianças não conseguiriam aguardar a vez de brincar. Mas estávamos enganados. Depois de uma conversa e alguns estímulos como um pirulito ou sorvete acabou sendo muito melhor do que imaginávamos", conta. A costureira Janete Aparecida Fonseca, com o filho Jordan, 7 anos, acompanhou Kénili no passeio, e diz ter se tornado mais confiante depois daquele dia. "Tivemos uma experiência ótima. Fiquei com mais coragem de levá-lo aos lugares. Enfrentamos qualquer fila", brinca.
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