Ingurgitamento, fissuras e intolerância a proteínas como a caseína. Termos incomuns a mamães de primeira viagem, mas que podem passar a atormentá-las logo após o nascimento do tão aguardado filho. Como o desespero e chupeta quase nunca são os melhores remédios, um programa da prefeitura de Curitiba presta atendimento 24 horas por dia para auxiliar a amamentação correta e evitar que o leite materno seja descartado.
O programa, denominado Proama, faz parte do pacote de serviços da unidade Mãe Curitibana e realiza, em média, 200 atendimentos por mês. No horário comercial, a orientação pode ser presencial ou pelo telefone. Para aquelas noites mal dormidas, há um número de celular disponível 24 horas.
A empresária Mônica Aparecida Wutkiewicz, 33 anos, deu à luz no início de novembro e passou 35 dias sem entender o que acontecia com o seu leite. A preocupação não era à toa. Entre a saída da maternidade e a primeira quinzena de dezembro, o menino Anderson Filho ganhou pouco mais de 30 gramas chegando a 2,170 Kg. O ganho de peso, que ela considerava abaixo do esperado, a levou a complementar a alimentação do bebê com uma fórmula artificial.
A causa do refluxo, entretanto, continuava indecifrável. O mistério foi desfeito apenas após uma visita à unidade Mãe Curitibana. No último dia 11, a pediatra Claudete Class, coordenadora do Proama, precisou de poucos minutos para diagnosticar o problema: intolerância do bebê a caseína, uma proteína presente no leite de vaca e que ia direto para o leite materno, devido à dieta da mãe.
Com o diagnóstico, Claudete entregou aos pais do bebê Mônica e Anderson Habimoski uma lista com receitas livre de leite elaborada pelo curso de nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a ensinou a melhor posição para amamentar e também massagens para evitar o ingurgitamento, que ocorre quando há excesso de leite no peito.
Monica e Anderson vivenciaram uma situação bastante comum aos usuários do Mãe Curitiba: se perdem em informações desencontradas e acabam usando produtos que afastam o bebê do seio da mãe. "Às vezes, algumas maternidades e a internet acabam mais atrapalhando do que ajudando nesse processo. O Ministério da Saúde recomenda que toda mãe saia da maternidade sabendo a auto-ordenha, mas isso não ocorre. Produtos como bicos de silicone e conchas de amamentação, por exemplo, mais atrapalham do que ajudam", diz Claudete.
A pediatra ainda reforça a importância do leite materno. "Ele evita em 13% o risco de morte prematura e doenças futuras, com as cardiovasculares e diabetes. Além disso, a amamentação ajuda a mãe a voltar ao seu peso normal e evita sangramentos".
Serviço
O Proama fica na Unidade de Saúde Mãe Curitibana (Rua Jaime Reis, 331, São Francisco). Das 7 às 17h, sem necessidade de pré-agendamento. Telefones (41) 3225-6407 (horário comercial) e (41) 9951-3987 (atendimento 24 horas). Oficinas de amamentação, terça-feira, às 7h30.