Brasília Para evitar acordos entre os partidos da base aliada, a terceira via da Câmara apresentou um projeto que submete a escolha do presidente do Conselho de Ética ao plenário. O nome seria definido em eleição, a exemplo dos dirigentes da Casa. O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), antecipou que não pretende incluir o projeto na pauta de votações da Casa antes da escolha do novo presidente do Conselho, que deve ocorrer no fim da semana que vem.
"Não vejo a possibilidade de, antes da eleição do presidente desse Conselho, haver votação em plenário. Se amanhã houver opinião de que o presidente do Conselho deva ser referendado pelo plenário, eu não oferecerei resistência. Até porque acima de todos nós está o plenário, disse Chinaglia.
Segundo parlamentares da terceira via, como Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV- RJ), o Conselho não pode ter seus trabalhos coordenados por grupos políticos da Casa. Nesse sentido, os deputados defendem a votação em plenário como forma de escolher um nome que seja aprovado pela maioria dos parlamentares. O impasse sobre a presidência do Conselho de Ética teve início após a eleição de Chinaglia para o comando da Câmara. O atual presidente do órgão, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que o petista prometeu apoio para que o Conselho ficasse com o PTB caso se elegesse presidente da Casa ajuda que não se confirmou na prática. Izar disse não abrir mão de disputar a presidência do Conselho.
O PMDB trabalha nos bastidores para eleger o deputado Wilson Santiago (PB) para o comando do colegiado. O líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), já afirmou que o partido pode apoiar Santiago para a presidência do Conselho, mas não descarta lançar o deputado José Eduardo Cardozo (SP) na disputa.
Luiz Sérgio sinalizou que dificilmente o partido apoiará a candidatura de Izar ao considerar que o deputado assumiu o Conselho na época em que Severino Cavalcanti (PP) era o presidente da Câmara. O PT tenta fechar um acordo com os partidos da base para ter um aliado no comando do Conselho. Ao controlar o órgão, os partidos podem evitar o andamento de processos de cassação de mandato.