Pedidos de transferências superam número de vagas
A Penitenciária Federal de Catanduvas já tem 210 pedidos de transferências de todos os estados brasileiros. Os pedidos já ultrapassam a própria capacidade do local, que é de 208 presos de alta periculosidade atualmente a unidade conta com 141
Um relatório interno do serviço de inteligência da Polícia Federal revela a situação caótica em que se encontra a penitenciária federal de Catanduvas, localizada no Oeste do Paraná e inaugurada em junho de 2006 com estardalhaço pelo governo Lula. Segundo reportagem desta segunda-feira (16) da Agência Folha (conteúdo fechado para assinantes), os agentes penitenciários e a direção da unidade estariam promovendo uma "queda-de-braço".
A reportagem da Folha teve acesso ao relatório, que aponta agentes com antecedentes criminais, desvios de conduta, falhas na segurança e influência de presos - como o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
O documento reservado mostra que a disputa começou com a decisão do Ministério da Justiça de vincular os agentes ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e colocar homens da Polícia Federal (PF) nos cargos de chefe de segurança e diretor, as principais chefias da penitenciária.
"O clima de competição entre os órgãos - ambos subordinados ao ministério - se refletiu na insubordinação dos agentes contra o delegado aposentado da PF Ronaldo Urbano, que dirige a unidade", descreveu o jornalista da Folha José Maschio, que assina a reportagem.
A disputa interna teria enfraquecido a chefia e fortalecido os presos, de acordo com o relatório. Beira-Mar, inclusive, já teria assumido a condição de chefe dos demais detentos, que somam 140.
A reportagem apurou ainda que Beira-Mar teria comprado um táxi em Cascavel, usado para levar parentes ao presídio.Além disso, ainda segundo o relatório, o traficante tem ajudado presos mais pobres com a contratação de advogados e pagamento de apartamentos alugados.
Entre outras irregularidades apontadas no relatório estão: contratação de 11 agentes que são réus em inquéritos ou processos criminais; sistema de gravação de conversas que ainda não estaria funcionando; ausência de plano de contingência para rebeliões; e registro de atendimento de celulares em local proibido.
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