Brasília O líder do PMDB na Câmara, deputado Wilson Santiago (PB), reuniu ontem parte da bancada para articular a indicação de nomes do seu grupo para as duas vagas a que o partido tem direito na Mesa Diretora e para a sucessão na liderança. Santiago trabalha para assumir a primeira-secretaria, vaga disputada por outros cinco peemedebistas. Em troca da indicação, Santiago passaria a liderança para o deputado Henrique Eduardo Alves (RN).
A ocupação dos espaços na Câmara pode provocar um novo racha na bancada do partido na Câmara. Pela primeira vez nos últimos anos, o partido está unido em torno da candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Casa e com o governo Lula. Por isso, a reunião foi reservada para evitar descontentamentos.
A idéia era consolidar os nomes dos aliados de Santiago para serem apresentados na reunião da bancada, no próximo dia 31, como de consenso. Mas o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), um dos que almejam a primeira secretaria descobriu o encontro e surpreendeu os colegas de partido. "Eles querem me isolar", disse ele ao saber da reunião. Santiago minimizou o assunto ao afirmar que tentou convidar Serraglio, mas não encontrou o deputado.
Além de Santiago e Serraglio, também disputam a vaga os deputados Rose de Freitas (ES), Edinho Bez (SC), Wladimir Moka (MS) e Alexandre Santos (RJ). Este último é ligado ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). O líder do partido disse que se não houver acordo até a reunião do dia 31, a decisão será no voto.
O grupo do líder trabalha ainda para indicar o deputado Eunício Oliveira (CE) para a liderança do governo na Câmara. A decisão é do presidente Lula, com quem Eunício tem boa relação. Já o deputado Jáder Barbalho (PA), outro cacique da legenda, pode ser uma opção para a liderança do partido na Câmara ou a presidência nacional do PMDB. Jáder desembarca hoje em Brasília, quando deve tratar do seu futuro.
A bancada da Câmara quer garantir a unidade para se fortalecer para a indicação de ministros. O presidente Lula já sinalizou que vai nomear quem tiver força na bancada. Os deputados Geddel Vieira Lima (BA) e Fernando Diniz (MG) tentam demonstrar este poder. Os dois são os principais articuladores no partido da candidatura de Chinaglia. Querem demonstrar ao presidente que tem força para garantir o maior número de votos ao petista.
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