O Disque-Denúncia (2253-1177) passou a divulgar, nesta terça-feira (11), um cartaz com os contatos para quem quiser dar informações que ajudem a polícia a localizar a procuradora aposentada Vera Lúcia de SantAnna Gomes. Acusada de torturar uma menina de 2 anos, que estava sob sua guarda para adoção, ela é considerada foragida desde a semana passada.
Na segunda-feira (10) a Justiça do Rio negou liminar que pedia a liberdade provisória da procuradora aposentada. A decisão é referente a um pedido de liminar feito no dia 7 de maio pelo advogado da acusada.
A Justiça ainda julgará o mérito do habeas corpus, mas o Tribunal de Justiça não informou quando será o julgamento. O advogado da procuradora, Jair Leite Pereira, afirmou que vai aguardar o julgamento do mérito para que sua cliente se entregue.
Ela teve a prisão preventiva decretada na quarta-feira (5), pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, que está em exercício na 32ª Vara Criminal. Ele reconsiderou a decisão anterior que previa a apreciação do caso pelo 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
A desembargadora Gizelda Leitão Teixeira, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, é a relatora do processo. Ao receber o documento, ela disse que o assunto é muito delicado e que merece um estudo apurado e criterioso.
Crueldade com a menor
Segundo a desembargadora, "os argumentos trazidos na impetração são contrariados pela realidade que se tem notícia". Ela afirmou também que constatou "depoimentos de testemunhas presenciais da crueldade com que a menor seria tratada dentro de casa". De acordo com o texto da decisão, a menina era constantemente espancada com socos, chutes, puxões de cabelo e era mantida trancada em um quarto.
Gizelda lembrou na sentença que a menor não foi matriculada em uma escola. De acordo com a desembargadora, "há motivos e bem contundentes" para que a procuradora seja mantida custodiada, pois "demonstrou verdadeiro desprezo pela lei e pelas decisões judiciais", escreveu, lembrando que a procuradora desapareceu. "Aquela pessoa que foi do judiciário a vida inteira deveria ter respeitado a decisão judicial", disse na última segunda-feira (10) o presidente do Tribunal de Justiça, Luis Zveiter.