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São Paulo - Grupos ligados a José Rainha Júnior, líder dissidente do Movimento dos Sem-Terra (MST), invadiram 15 fazendas entre a noite de sábado e a manhã de ontem no Pontal do Paranapanema e região da Alta Paulista, no Oeste do estado de São Paulo. A ação, denominada "inverno quente", foi um protesto contra o governo estadual pela "paralisia" da reforma agrária na região, segundo Rainha. Foram mobilizados 1,5 mil militantes nas ações realizadas em nove municípios.

De acordo com o líder, nove das fazendas ocupadas estão em áreas já declaradas como devolutas por sentença judicial. As outras seis são terras consideradas improdutivas em vistorias realizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Durante o ‘inverno quente’ do ano passado, executamos ocupações pacíficas de terras para despertar o governo de José Serra do seu marasmo, mas nada foi feito em favor dos milhares de trabalhadores acampados", disse Rainha.

O líder disse que nove áreas com mais de 11 mil hectares foram julgadas devolutas em última instância, mas o governo estadual não providenciou a arrecadação. "Parte dessas terras, que são legalmente públicas, está ocupada por uma usina e lavouras de cana. Se os sem-terra ocupam, a Justiça vai lá e tira, mas a usina usar terras públicas não é crime?", questionou.

Foram invadidas as fazendas Beira Rio, em Teodoro Sampaio; Santa Isabel II, em Mirante do Paranapanema; Guarani e São Luis, em Presidente Bernardes; São Pedro, Santo Antonio e Alvorada, em Presidente Epitácio; Campina, em Caiuá; Tânia, em Martinópolis; Santa Maria, em Rancharia; Nossa Senhora de Lourdes, em Junqueirópolis; e Santo Antonio, Vista Alegre, Cobra e Maria Elisa, em Dracena. A fazenda Campina, invadida sábado, foi desocupada na manhã de ontem. A União Democrática Ruralista (UDR) deverá encaminhar hoje os primeiros pedidos de reintegração de posse à Justiça.

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