O ministro Gilmar Mendes, do STF, avaliou os protestos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um "estado de dissonância cognitiva coletiva", durante um evento organizado pelo grupo Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria, nesta segunda-feira (14).
"Importantes segmentos da sociedade manifestaram - e continuam a manifestar - uma postura de questionar o exercícios jurisdicional do Supremo [Tribunal Federal] e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. No limite, recusam-se a aceitar o resultado das eleições. Esse quadro merece atenção porque denota estado de dissonância cognitiva coletiva, cuja prolongação no tempo também parece ter ocasionado modificações profundas na sociedade brasileira", avaliou o ministro.
Mendes afirmou que "episódios de intolerância que ora assistimos instituíram a tomada de atitude e que será levada a efeito em cada esfera competente" e acrescentou que é preciso "indagar se há algo mais por trás dos discursos lunáticos e histéricos que pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos".
"Sem reduzir relevância penal de quem adota golpismo, é preciso entender o que joga as pessoas nos braços do autoritarismo", acrescentou.
Na noite de domingo, Moraes e outros ministros do STF convidados para o evento foram hostilizados por manifestantes em frente ao hotel onde estão hospedados em Nova York.
Também estão presentes no primeiro dia do evento do Lide o ex-presidente do Brasil Michel Temer (MDB), os ministros do STF Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski (STF), o ex-ministro da Corte Carlos Ayres Britto e Antonio Anastasia, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Um dos primeiros a discursar nesta segunda-feira foi Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele defendeu a regulamentação das redes sociais e disse que os discursos de ódio propagados nas plataformas "vêm corroendo a democracia".
"Não é possível que as redes sociais sejam terra de ninguém, que as milícias digitais possam atacar impunemente sem que haja uma responsabilização", acrescentou.
Mendes defende uma agenda social "nesta nova fase"
Em uma sinalização de apoio a políticas sociais do governo eleito, Gilmar Mendes defendeu que o país precisa construir uma nova agenda de "responsabilidade social".
"A despeito de muitos sucessos, como a mantença da democracia, é fundamental que o país crie uma nova agenda nesta nova fase. Construímos a ideia de responsabilidade fiscal e avançamos significativamente nisso... mas é fundamental que nós agora comecemos a escrever um outro capítulo da ideia de reponsabilidade fiscal, que é a ideia de responsabilidade social, que trabalhemos em uma agenda de inclusão, que tenhamos uma meta na superação dessas brutais assimetrias, dessa brutal desigualdade que acomete o país", concluiu.
Escalada internacional do embate entre Moraes e direita evoca sanções inéditas ao juiz
Desaprovação ao governo Lula dispara enquanto Tarcisio cresce para 2026; acompanhe o Entrelinhas
Congressistas dos EUA votam proposta que pode barrar entrada de Moraes no país
Mudanças em ministérios indicam guinada do governo para petismo ideológico
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora