Em trâmite
O governo estadual encaminhou mensagens à Assembleia Legislativa que tratam, sobretudo, da forma de pagamento a policiais civis, militares e bombeiros. Confira os projetos.
Função privativa policial
cria essa função para exercício de atribuições de direção, chefia e assessoramento, exclusivamente, das polícias Militar, Civil e Científica. Indicação é livre e deve ser feita pelo titular do órgão de segurança.
Subsídio Polícia Científica; Polícia Militar e Corpo de Bombeiros; Polícia Civil e Delegados:
estabelece que o pagamento seja feito em parcela única, sendo vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono ou prêmio. Cada categoria possui propostas específicas.
Proposta de Emenda Constitucional do Subsídio:
a PEC institui o subsídio como forma de remuneração para agentes da segurança pública e retira a obrigatoriedade de curso superior para ingresso nas corporações, alegando que essa proposta seria inconstitucional.
Exemplo
Em Santa Catarina, curso superior é obrigatório
As entidades representativas da Polícia Militar apontam o sistema adotado por Santa Catarina como modelo a ser seguido. No estado vizinho, para ingressar na corporação, todos os candidatos devem ter ensino superior. Para entrar para a PM catarinense como praça, onde a carreira evolui de soldado a subtenente, o candidato pode possuir qualquer formação superior. Já para os que desejam ser oficiais da polícia, que iniciam a carreira como aspirante e podem chegar a patente de coronel, é obrigatório o curso de Direito.
Além do Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo também não exigem essa formação de seus aspirantes. A PM paulista, no entanto, oferece o curso superior após o ingresso na corporação. No Rio Grande do Sul, oficiais e oficiais de saúde devem ter formação superior, enquanto soldados só precisam do ensino médio.
No plano nacional, o projeto de lei 6329/2009, de autoria do deputado Capitão Assunção (PSB-ES) propõs a obrigatoriedade do curso superior para ingresso nas carreiras militares estaduais, mas ele foi arquivado na Câmara dos Deputados em janeiro de 2011.
O governo estadual e os policiais militares e civis não estão falando a mesma língua. No último mês, o Executivo encaminhou cinco mensagens sobre a remuneração da categoria (veja ao lado) para serem apreciadas pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), argumentando que os assuntos foram amplamente discutidos. Mesmo assim, entidades de classe contestam os projetos de lei e dizem que não foram consultadas para a formulação das propostas. Entre os assuntos que geram mais polêmica estão a obrigatoriedade ou não de diploma de curso superior para ingresso na Polícia Militar (PM) e a questão das tabelas salariais.
Uma audiência pública realizada na manhã de ontem na Alep reuniu representantes das classes policiais e deputados, que ouviram as reivindicações das categorias, além de cerca de 50 pessoas que acompanharam a sessão. No centro das discussões ainda estava a declaração do governador Beto Richa (PSDB) sobre a possível insubordinação de policiais com ensino superior. As entidades defendem que essa formação é essencial para o avanço da corporação do estado e pedem o cumprimento da Emenda 29, que foi aprovada em 2010, mas até o momento não foi implementada.
Para o coronel Elizeo Ferraz Furquim, presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai), apesar de o pedido de desculpas do governador ter sido aceito, a posição dele em manter a proposta de emenda constitucional que retira a exigência do diploma revela intransigência. "Estamos ancorados em uma aparente teimosia do governador", protesta.
No entendimento do coronel, o curso superior para a formação do policial tornaria a relação do profissional com a comunidade e dentro do próprio quartel mais humana. "O conhecimento tira aquele caricato ranço militar ", considera. O cabo Carlos Lima, da Associação da Classe Policial Militar, defende que com policiais militares com ensino superior o governo e a sociedade saem ganhando. "A sociedade paranaense espera que o policial esteja preparado para lidar com as pessoas em seus momentos mais difíceis", argumenta.
Tabelas
Outra polêmica do encontro foi a questão salarial, criticada tanto por policiais militares quanto civis. Para eles, as propostas apresentadas pelo governo não representam as reivindicações da categoria e não houve diálogo com as entidades de classe.
No caso específico da PM, o argumento é de que os salários estão defasados desde 1998. "Pedimos um aumento e o governador não atendeu nem metade do solicitado. Essa insatisfação vai se refletir em algum momento. A segurança pública fica comprometida e quem perde é a sociedade", afirma Lima. Para a Polícia Civil, a principal insatisfação foi em relação à distinção entre as funções de policial civil e delegado, o que pode causar um racha na categoria.
Novo encontro
O deputado Professor Lemos (PT), que propôs a realização da audiência, afirma que recebeu várias contribuições de propostas para melhorar os projetos de lei, como a implantação de auxílio-transporte para a PM. Segundo o parlamentar, a intenção é realizar um novo encontro, desta vez com a participação do governo estadual.
Colaboraram Vinicius Boreki e Tatiane Salvatico, especial para a Gazeta do Povo.
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