Um acerto de contas por causa de dívidas de drogas pode ter sido a causa de uma chacina em Guaíra, no Oeste do estado
- RPC TV
A maior chacina da história recente do Paraná, ocorrida na tarde desta segunda-feira (22), teria sido motivada por uma dívida de R$ 4 mil entre narcotraficantes. Na ação brutal, 15 pessoas morreram e oito ficaram feridas em Guaíra, na região Oeste. A Secretaria da Segurança do estado (Sesp) diz que já identificou os suspeitos.
"É a maior [chacina]. Pelo menos desde que eu assumi a secretaria", afirmou o secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, em entrevista coletiva no final da tarde, que está no cargo desde maio de 2003.
A chacina aconteceu em uma área às margens do lago de Itaipu, na divisa com o Paraguai. No total, foram mortas 15 pessoas, sendo duas mulheres uma delas, menor de idade. Segundo a Sesp, algumas vítimas teriam envolvimento com uma quadrilha comandada por Jocemar Marques Soares, mais conhecido como "Polaco", que já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas. Oito pessoas ficaram feridas -algumas delas se fingiram de mortas para escapar da execução. Uma mulher e duas crianças escaparam sem ferimentos.
A chacina aconteceu em um sítio às margens do lago de Itaipu, na divisa com o Paraguai. Os homicidas, todos encapuzados, foram até o local de barco. A polícia suspeita que pelo menos cinco pessoas são responsáveis pelos assassinatos foram encontradas balas de cinco tipos de calibres, algumas de uso restrito do Estado.
Segundo a Sesp, Polaco foi rendido e forçado a convocar os outros membros do bando. Todos foram reunidos em um galpão. "Um deles gritou quem vai pagar. Logo depois, eliminou o Polaco", relatou Delazari. O bando fugiu de barco para o Paraguai. A Sesp tem "100% de certeza" de que se trata de uma quadrilha de brasileiros.
Delazari ressaltou que o que impressiona neste caso é a quantidade de mortes. "Quem lida diariamente com o mundo do tráfico sabe que são constantes os casos de assassinatos por dívidas".
O sociólogo e coordenador do Núcleo de Estudos sobre Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Bodê, corrobora com o Delazari. O especialista classifica o evento como um "marco macabro" na história do Paraná. "É um evento de proporções assustadoras que mostra como a violência e a criminalidade têm poder nessa região de fronteira", considerou.
Contingente
Uma força-tarefa com mais de 200 policiais de Guaíra, Toledo, Cascavel e cidades vizinhas trabalha no caso. Policiais da Rone (Ronda Ostensivas de Natureza Especial), de Curitiba, partiram por volta das 16h para colaborar na captura dos criminosos. Um contingente da Polícia Federal também colabora com as investigações.
Apesar de já ter a identidade de quem comandou a chacina, a polícia decidiu não divulgar o dado para não prejudicar as investigações. A possibilidade mais forte é que os criminosos estejam refugiados no Paraguai. A Sesp diz já ter um contato marcado com as autoridades locais para que as investigações evoluam no país vizinho.
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