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Painel

Divórcio

PSDB e PFL fazem na semana que vem um ato corriqueiro, mas que embute um afastamento de fato: o bloco fechado pelos partidos na Câmara será desfeito.

As razões imediatas são administrativas – cada sigla quer ter sua própria liderança.

Mas a diferença de orientação durante a disputa que resultou na eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para presidir a Casa terá reflexos eleitorais em 2008 e 2010.

"Só posso entender o movimento do PSDB como uma aproximação com o PT de médio e longo prazos", diz o pefelista Rodrigo Maia (RJ).

A expectativa de tucanos e pefelistas é que se repita o cenário de 2003, quando o PFL fez oposição mais aguerrida a Lula – à qual os tucanos só se juntaram a partir da crise de 2005.

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Do dossiê... – O acordo entre PSDB e PT para desovar votos tucanos em Arlindo Chinaglia (PT-SP) no segundo turno incluiu a nomeação de Carlos Sampaio (PSDB-SP) para a Ouvidoria da Câmara. ...ao colo do PT – "Carlão", como é conhecido, foi expoente da CPI dos Sanguessugas e um dos parlamentares mais empenhados em investigar a tentativa de compra, pelos "aloprados" petistas, do dossiê contra tucanos. Menos, menos – Recém-escolhido líder da minoria, Júlio Redecker (PSDB-RS) foi advertido por colegas de sigla durante a eleição da Câmara pela desenvoltura com que pedia votos para Chinaglia. Conexão pequi – Enquanto pefelistas e aldistas falavam o diabo de José Serra e Aécio Neves, o senador Marconi Perillo discretamente orientou os três tucanos de Goiás a descarregar votos em Chinaglia. Pessoal – Eunício Oliveira (PMDB-CE) fez campanha para derrotar o correligionário Wilson Santiago (PB) na disputa pela primeira secretaria da Câmara. "Vou lhe dar um tombo", avisou o cearense, que queria o cargo para si. Maior moral – Articulador da candidatura de Chinaglia, o novato Cândido Vaccarezza (PT-SP) ganhou, no PT, o apelido de "Tourezza", em referência à força que demonstrou logo na estréia. Magoei – A reunião do PT para dividir espaços no Senado teve choro e até tapa de Serys Slhessarenko (MT) no braço de Aloízio Mercadante (SP). Ela tinha a promessa de um cargo na Mesa, mas quem levou foi Tião Viana (AC). "Na bancada do PT tem senador de primeira e de segunda classe", protestou, aos prantos.

Já passou – A volta de Bruno Maranhão à direção do PT deixou de ser tabu. Lideranças dizem que ele não comandou a invasão do Congresso no ano passado, "apenas" perdeu o controle sobre o MLST. É a senha para sua absolvição na Comissão de Ética da sigla. Referências – Marco Aurélio Garcia falará hoje sobre "socialismo" ao Campo Majoritário, maior grupo interno do PT. "Mas não é o do século 21", brinca o assessor de Lula, citando slogan de Hugo Chávez. José Dirceu será outra estrela do encontro, que ocorre em São Roque (SP). Mão na massa – O PSDB paulista iniciou campanha para filiar cerca de 200 mil pessoas neste ano. Cada integrante do Diretório Estadual do partido recebeu 50 fichas de adesão na saída de uma reunião no início da semana. Tô fora – Roberto Requião (PMDB) diz que não se sente representado pela colega gaúcha, Yeda Crusius (PSDB), na discussão do PAC. "Quem a nomeou representante do Sul? Ninguém me consultou", diz o governador do Paraná. Tô dentro – Na prática, Yeda não exerceu tal papel, já que Luiz Henrique (PMDB) fez questão de aparecer na última reunião para discutir o PAC. Ausente no lançamento oficial do programa, o governador de Santa Catarina tenta refazer as pontes com Lula.

TIROTEIO

* Do líder do PSB na Câmara, deputado Márcio França (SP), sobre Lula, segundo quem bastará "um pouco de mercúrio" para curar o trauma causado na base aliada pela disputa entre dois governistas na Casa.

– O presidente vai precisar de galões de mercúrio para passar em tantas feridas.

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