O exame de DNA é uma ferramenta importante quando o assunto é perícia criminal. Desde 2000, de acordo com o biólogo do Instituto de Criminalística do Paraná Carlos Almeida, esse tipo de recurso é usado no Paraná para ajudar na solução de crimes. Ontem, durante uma palestra a alunos e professores da Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Almeida falou sobre o uso do DNA na biologia forense. O evento faz parte da Semana Cultural de Ensino, Pesquisa e Extensão da Escola Técnica da UFPR, que ocorre até sexta-feira.
Qual a realidade, no Brasil e Paraná, em relação ao uso de exames de DNA para desvendar crimes?
Ele é usado aqui como em qualquer outro país. A diferença é que lá fora eles geram um resultado mais rápido. Temos, talvez, um pouco de restrições em tecnologias, que acabam chegando um pouco depois para nós. Não por falta de dinheiro. É que tem que formar pessoas aptas a trabalhar ou mesmo porque há demora para lançar a nova tecnologia para o nosso mercado.
Em quanto tempo sai o resultado?
Em torno de 60 dias. Há amostras em um grau de degradação muito alto e que você tem que fazer várias tentativas para gerar um resultado.
Em que casos é usado aqui?
Nos crimes que não são solucionados de outra forma. Por exemplo, um indivíduo que não pode ser reconhecido nem por arcada dentária, nem por digital. Usamos em reconhecimento de cadáver e em amostras de locais de crimes para desvendar autoria.
Para que seja possível o exame de DNA é importante a preservação do local do crime. Como funciona isso aqui?
Nos isolamentos, acontece muito a entrada de curiosos. Esse é o grande problema. Às vezes, quando a polícia chega, eles já entraram. Até muito na tentativa de ajudar.
A polícia chega ao local e já chama vocês?
Depende. Em caso de óbito, por exemplo, eles chamam todas as áreas. O perito para o exame de DNA tem de recolher resquícios no local: uma mancha, um tecido sujo, o que tiver. No interior, as amostras são encaminhadas para pólos regionais e esses pólos encaminham para a capital.